Um fato curioso aconteceu comigo há alguns dias enquanto eu visitava o YouTube: assisti intencionalmente um anúncio que passava antes de um vídeo. A propaganda era produzida e estrelada pelo pessoal do Porta dos Fundos e eu sabia que valeria a pena assisti-la até o fim, e valeu.
Isso é um dos motivos do sucesso do canal Porta dos Fundos, liderado por Antônio Tabet (Kibe Loco), Fábio Porchat, Gregório Duvivier e Ian SBF. O mais interessante de tudo é todo o sucesso chegou em apenas nove meses de web.
A aceitação dos vídeos produzidos pelo canal tem sido tão grande que também chamou atenção da revista norte-americana Forbes, que destacou a empresa de humor como uma “magnata na internet”.
Segundo a publicação da última sexta-feira (31/05), o rápido crescimento da empresa tem atraído grandes anunciantes concorrendo diretamente com a televisão aberta e fechada. Os números não deixam mentir.
Com cerca de 10 vídeos por mês o canal do Porta dos Fundos no YouTube já possui mais de 3,5 milhões de assinantes e 300 milhões de visualizações dos seus vídeos. A empresa conta com 34 colaboradores e sede própria para realizar as operações necessárias.
A comparação com grandes produtores de humor é inevitável. De acordo com a reportagem, a média de visualizações (24 milhões) é cerca de quatro vezes maior do que a audiência do site americano Funny Or Die, fundado por Will Ferrell e Adam McKay, que recebeu investimento de cerca de US$ 15 milhões.
O humor como estratégia de marketing
Está cada vez mais comum a encomenda de vídeos feitos pelos humoristas. Marcas como Fiat, LG, Lacta e Spoleto já fecharam acordo com a empresa para serem alvo de piadas e, quem sabe, se tornar mais um viral do canal.
No mês passado, o Estadão publicou uma reportagem sobre o valor cobrado pelo Porta dos Fundos, segundo a publicação, o valor depende de vários fatores, como número de episódios ou tempo de veiculação, mas a média é de R$ 200 mil por vídeo.
A Forbes aponta que essas empresas estão optando por uma diferente estratégia de marketing, afinal, os vídeos aproveitam o humor para tirar sarro das próprias marcas anunciantes “coisa que elas não fariam na TV”.
Cuidados para crescer
Mesmo com o crescente demanda de anunciantes em seus vídeos, o Porta dos Fundos toma cuidado para que isso não atrapalhe o crescimento de audiência. Os vídeos produzidos para as marcas não aparecem no canal oficial da empresa, mas são exibidos pelas empresas no canal delas.
Além disso, segundo a reportagem da Forbes, a empresa não está aberta a ideia de ter um estrangeiro como parceiro de negócios. “Nós não temos nenhuma intenção de vender uma participação em nossa empresa. Queremos mantê-la como uma companhia de produção independente”, disse Fabio Porchat a Forbes.
Sobretudo, Porchat afirma que o Porta dos Fundos tem uma relação comercial com o Google – controlador dos anúncios vinculados no YouTube – que é “muito boa” e que no futuro a parceria pode reservar algo interessante para ambas partes.
Vamos acompanhar, até a próxima.
Fontes: InfoMoney | Estadão | Forbes. Foto: divulgação.