A caderneta de poupança teve o quarto resultado negativo seguido em outubro e marcou os saques mensais mais intensos desde o início do ano, mostraram dados do Banco Central nesta sexta-feira, refletindo o cenário de juros ainda elevados.
A aplicação financeira mais procurada pelos brasileiros teve no mês passado saídas líquidas de 12,157 bilhões de reais, maior déficit desde janeiro (-33,631 bilhões de reais).
A caderneta de poupança havia registrado rombo de 5,835 bilhões em setembro e de 11,007 bilhões em outubro do ano passado.
Em 2023, somente o mês de junho apresentou depósitos líquidos na poupança, de 2,595 bilhões, de forma que os saques acumulados no ano são robustos: 98,286 bilhões de reais. No ano passado inteiro, a aplicação financeira havia registrado saídas líquidas de 103,237 bilhões.
No mês passado, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em 8,825 bilhões de reais. Já na poupança rural, as retiradas foram de 3,332 bilhões de reais.
Os recorrentes saques na poupança neste ano acontecem em um cenário de juros ainda elevados, que reduzem a competitividade da poupança.
Embora o Banco Central tenha dado início a um ciclo de cortes que já reduziu a Selic em 1,50 ponto percentual, a 12,25%, a taxa segue em patamar muito favorável a outros investimentos no mercado de renda fixa.