O dólar (USDBLR) à vista fechou a sexta-feira em baixa ante o real, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, após a divulgação de dados fracos do setor industrial dos EUA elevar as apostas de que o Federal Reserve pode cortar os juros em junho.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9545 reais na venda, em queda de 0,35%. Na semana, a moeda norte-americana acumulou baixa de 0,78%.
Na B3, às 17:09 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,31%, a 4,9685 reais.
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No início da sessão o dólar demonstrou certa volatilidade, oscilando ora em queda, ora em leve alta, sem que houvesse catalisadores no Brasil ou no exterior para movimentos mais intensos.
Isso mudou às 12h, quando foi divulgada uma série de dados nos Estados Unidos.
O principal deles foi o PMI industrial medido pelo Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), que caiu de 49,1 em janeiro para 47,8 em fevereiro.
Foi o 16º mês consecutivo em que o PMI permaneceu abaixo de 50, o que indica contração no setor industrial. Economistas ouvidos pela Reuters esperavam um PMI de 49,5 em fevereiro.
No mesmo horário do PMI, o Departamento de Comércio dos EUA informou que os gastos com construção caíram 0,2% em janeiro, ante expectativa de alta de 0,2%. Já o índice de confiança do consumidor norte-americano, da Universidade de Michigan, atingiu 76,9 em fevereiro, abaixo dos 79,6 esperados.
Após a divulgação dos dados, os rendimentos dos Treasuries se firmaram em queda, com investidores avaliando que o espaço para que o Fed corte juros em junho aumentou. Em paralelo, o dólar perdeu força ante várias divisas em todo o mundo, incluindo o real.
Assim, após marcar a cotação máxima de 4,9759 reais (+0,08%) às 10h38, o dólar à vista atingiu a mínima de 4,9465 reais (-0,51%) às 12h51 já após os números norte-americanos.
“Todo mundo está observando os dados lá de fora, tentando antecipar quando o Fed vai começar a cortar juros”, comentou durante a tarde Thiago Avallone, especialista de câmbio da Manchester Investimentos. Segundo ele, a influência do exterior se sobrepôs à agenda no Brasil, que teve pela manhã a divulgação do PIB de 2023.
“O PIB não está fazendo preço (na sessão desta sexta-feira). Nossos dados, aliás, não têm feito preço nenhum nos ativos”, acrescentou Avallone.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o país cresceu 2,9% em 2023, após o PIB ter estagnado no quarto trimestre do ano passado.
Às 17:09 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas caía 0,22%, a 103,890.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de maio.