O dólar (USDBLR) tinha pouca alteração frente ao real nos primeiros negócios desta segunda-feira, com o foco novamente recaindo sobre dados de inflação dos Estados Unidos conforme se aproximam as reuniões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil.
Às 10h15 (de Brasília), dólar à vista subia 0,14%, a 4,9887 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,16%, a 5,000 reais.
Esse movimento estava em linha com a leve alta do índice do dólar frente a uma cesta de moedas, em meio a expectativa pelos dados de inflação desta semana. O índice de preços ao consumidor dos EUA, que será divulgado na terça-feira, deve mostrar alta de 0,4% em fevereiro sobre o mês anterior e permanecer em alta de 3,1% na base anual. Já o núcleo do índice deve avançar 0,3%, reduzindo o ritmo anual para 3,7%.
Os dados, que virão após um relatório de empregos misto do governo dos EUA na sexta-feira passada, pode ajudar a direcionar apostas sobre o início do afrouxamento monetário do Federal Reserve, que se reúne na semana que vem para definir a política monetária.
“Embora a criação de empregos tenha se mantido forte, o desemprego deu um salto, e o que é crucial, o aumento salarial mensal não foi nada animador… Esse relatório valida a narrativa do Fed de que a tendência de desinflação permanece, a economia não está reaquecendo e algumas medidas de aperto monetário podem ser revertidas, provavelmente a partir de junho”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank, sobre os dados da semana passada.
“Embora o dólar tenha sofrido com isso, os movimentos foram modestos, já que… o sentimento geral em torno dos ativos de risco não evoluiu o suficiente para beneficiar o real brasileiro”, ponderou Moutinho, que também citou o noticiário doméstico como desfavorável para a moeda brasileira ao longo dos últimos dias.
“Além de indicações nebulosas do presidente Lula terem elevado novamente as preocupações em torno da meta fiscal de 2024, a Petrobras, chocou os mercados ao anunciar uma distribuição de dividendos incrivelmente baixa… arrastando consigo os preços dos ativos locais e o dólar. Apesar destes eventos terem exacerbado os níveis de volatilidade, não acreditamos que muda a narrativa atual do real.”
Na quarta-feira da semana que vem, no mesmo dia em que o Fed anunciará sua decisão, o Banco Central do Brasil também se reúne para definir a política monetária, com ampla expectativa nos mercados de novo corte de 0,50 ponto percentual da taxa Selic, a 10,75% ao ano.
Na última sessão, a moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,95%, a 4,9816 reais na venda.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2024.