O dólar (USDBRL) tinha pouca alteração frente ao real na manhã desta segunda-feira, conforme investidores voltavam seu foco para falas de dirigentes do Federal Reserve e dados de inflação norte-americanos para obter mais pistas sobre um eventual afrouxamento monetário nos EUA.
Às 10h00(de Brasília), dólar à vista subia 0,08%, a 5,0024 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,22%, a 4,993 reais.
“Por aqui, agenda tem dados mais secundários, fazendo com que a sessão no exterior, em dia cheio de falas de diretores do Fed, defina a performance dos ativos”, disse Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.
Esta sessão trará comentários do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic; do presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee; e da diretora do banco central Lisa Cook.
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11h10
Seus comentários virão depois da decisão do Federal Reserve de quarta-feira passada de deixar sua taxa básica inalterada com a projeção de que deve cortar os juros três vezes este ano. Essa indicação levou à recomposição das apostas de que o banco central norte-americano iniciará o afrouxamento monetário em junho, depois que uma visão mais pessimista havia minado a confiança do mercado nessa possibilidade.
O próximo grande dado que pode dar contribuição à narrativa de corte de juros pelo Federal Reserve em meados do ano é o índice PCE de inflação, que será divulgado na sexta-feira.
A expectativa é de alta de 0,3% em fevereiro sobre o mês anterior e de 2,8% na base anual, com analistas dizendo que qualquer número mais alto será considerado como um revés para as apostas de um corte de juros pelo Fed em junho.
Enquanto isso, “a ata do Copom nesta terça-feira e o IPCA-15 de março são as principais notícias do mercado local”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank, acrescentando que a mudança no tom do Comitê de Política Monetária do Banco Central na semana passada foi fator positivo para o real.
O Banco Central do Brasil decidiu na semana passada fazer uma nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, e encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião, em maio.
Quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica o real para uso em estratégias de “carry trade”. Estas consistem na tomada de empréstimos em país de juros baixos e investimento desse dinheiro em mercados mais rentáveis, de forma que se lucra com a diferença de taxas.
Na última sessão, a moeda norte-americana à vista subiu 0,38%, a 4,9986 reais na venda.