O Ibovespa (IBOV) não mostrava uma direção clara no primeiro pregão da última semana de março, em uma segunda-feira mais negativa em praças acionárias no exterior, mas com alta de commodities como o petróleo, enquanto agentes financeiros aguardam novos resultados corporativos no final do dia.
Às 10h43, o Ibovespa tinha variação negativa de 0,06%, a 126.949,85 pontos, após duas quedas seguidas, período em que perdeu 1,6%. O volume financeiro somava 2,1 bilhões de reais.
De acordo com a equipe da Mirae Asset CCTVM, é uma semana mais curta por feriado, “mas não menos intensa”. Em nota a clientes, eles chamaram atenção para a ata da última decisão de juros do Banco Central, que “tende a ser decisiva, por detalhar qual a leitura do BCB sobre o momento econômico”.
O documento referente à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, que reduziu a Selic a 10,75% e usou o singular em sua sinalização sobre mais um corte de 0,50 ponto percentual, será conhecido na terça-feira.
Também estarão sob os holofotes nos próximos dias o relatório trimestral de inflação do BC e o IPCA-15.
No exterior, as bolsas norte-americanas começavam o dia no vermelho, com o S&P 500 cedendo 0,34%, mesmo viés dos pregões europeus e asiáticos. O rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA mostrava 4,2375%, de 4,218% na última sessão.
A Mirae Asset destacou na agenda dos Estados Unidos na semana a revisão do PIB do quarto trimestre e o índice de preços PCE, afirmando que, se esses dados vieram mais fortes, pode ser adiado o início do ciclo de cortes de juro pelo Federal Reserve. “Não mais em junho, mas ao longo do segundo semestre.”
Destaques
Braskem (BRKM5) recuava 2,93%, a 26,50 reais, em sessão de ajustes, após disparar quase 26% na semana passada, marcada pela repercussão do seu resultado trimestral e perspectivas de executivos da petroquímica, além de notícias sobre a esperada venda da participação da Novonor na empresa.
Petrobras (PETR4) avançava 0,94%, a 36,39 reais, tendo como pano de fundo a alta do petróleo no exterior, onde o barril de Brent mostrava acréscimo de 1,05%, a 86,33 dólares.
Vale (VALE3) subia 0,39%, a 61,19 reais. Na China, os preços futuros do minério de ferro subiram nesta segunda-feira, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrando as negociações do dia com alta de 0,3%, a 842 iuanes (116,91 dólares) a tonelada.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedia 0,21%, a 33,65 reais, enquanto Bradesco (BBDC4) caía 0,29%, a 13,92 reais.
Ultrapar (UGPA3) caía 0,14%, a 27,76 reais, após anunciou na noite de domingo que comprou participação de fundos na transportadora logística Hidrovias do Brasil, elevando sua fatia na companhia para 21,87%. Hidrovias do Brasil (HBSA3), que não faz parte do Ibovespa, disparava 12,08%.
Casas Bahia (BHIA3)caía 1,32%, a 6,71 reais, renovando mínimas, antes da divulgação do balanço do terceiro trimestre, prevista para o final o dia. No último pregão, o papel desabou quase 13%. Magazine Luiza (MGLU3) recuava 1,04%.
Arezzo (ARZZ3) avançava 1,15%, a 61,34 reais, tendo no radar relatório do Itaú BBA adicionando as ações na sua “Brazil Buy List”, dado o potencial de crescimento e oportunidades de sinergias que os estrategistas veem da fusão com a Soma, além de considerarem a empresa com vantagens competitivas.
Grupo Soma (SOMA3) registrava elevação de 0,84%, a 7,24 reais, enquanto agentes financeiros aguardam o resultado trimestral do grupo de varejo de moda, que tem entre as suas marcas a Hering e a Animale e está em processo de fusão com a Arezzo.
Vivara (VIVA3), que não faz parte do Ibovespa, era negociada em alta de 4,07%, a 26,10 reais após renúncia de Nelson Kaufman como CEO, com o conselho de administração da companhia decidindo que o fundador e principal acionista da empresa passará a desempenhar a função de presidente do colegiado.
Banco Safra era negociada em baixa de 2,78%, a 13,66 reais. Relatório do UBS BB cortou recomendação da ação para “neutra” e o preço-alvo de 16,50 para 16 reais. Os analistas do banco também rebaixaram Ecorodovias para “neutra”, mas elevaram o preço-alvo de 9,50 para 10 reais. EcoRodovias (ECOR3), que não está no Ibovespa, perdia 1,15%, a 8,58 reais.