O dólar (USDBRL) O dólar tinha leve alta frente ao real nesta terça-feira, mesmo depois da ata de tom duro do último encontro de política monetária do Banco Central e dos dados mais altos do que o esperado do IPCA-15, com investidores no aguardo de números de inflação norte-americanos do final da semana.
Às 9h42 (de Brasília), o dólar à vista subia 0,14%, a 4,9813 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,02%, a 4,973 reais na venda.
Nos EUA, o índice de preços PCE, indicador favorito do Federal Reserve para a inflação, será publicado na sexta-feira, quando os mercados brasileiros e em vários países desenvolvidos estarão fechados para a Sexta-feira Santa. Desta forma, investidores devem evitar grandes apostas nesta semana encurtada por feriado, disseram alguns participantes do mercado.
Segundo Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX, o PCE “pode confirmar a narrativa de afrouxamento da política monetária nos Estados Unidos”, com a maior parte do mercado atualmente prevendo um primeiro corte de juros em junho.
No Brasil, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou nesta terça-feira que alguns componentes do colegiado avaliam que pode ser necessária uma redução no ritmo de cortes dos juros caso as incertezas se mantenham elevadas à frente.
“A leitura do documento deixa um viés ‘hawk’… Nos parece que o cenário base para a reunião seguinte à próxima — ou seja, em junho — não está fechado para o Copom, mas a chance de um corte de 25 pontos-base, hoje, é maior”, disse Marco Caruso, economista-chefe do PicPay.
Uma desaceleração do ritmo de afrouxamento pelo BC é vista como possível impulso para o real, já que isso diminuiria a velocidade de fechamento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.
Quanto maior o diferencial de juros entre os dois países, mais interessante fica o real para uso em estratégias de “carry trade”. Estas consistem na tomada de empréstimos em país de juros baixos e investimento desse dinheiro em mercados mais rentáveis, de forma que se lucra com a diferença de taxas.
Mais cedo, o IBGE informou que o IPCA-15 voltou a desacelerar em março com a perda de força do impacto sazonal da educação, mas ainda ficou acima do esperado sob o peso dos preços de alimentação e bebidas.
O IPCA-15 passou a subir 0,36% em março, de uma alta de 0,78% em fevereiro, em um resultado que ficou ligeiramente acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,32%.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9741 reais na venda, em queda de 0,49%.