Na última semana, o mundo todo ficou triste com o anúncio da saída de Steve Jobs do cargo de CEO da Apple – decisão pessoal que, por decorrência dos sérios problemas de saúde, já era esperada. Era público e notório o agravamento das questões pessoais de Jobs, mas a verdade é que todos torciam por sua total recuperação e para que o dia do adeus nunca chegasse.
É verdade que a renúncia ao cargo de CEO vem acompanhada do desejo de permanência como Presidente do Conselho de Administração da empresa, mas o sentimento que prevalece tem relação com as incertezas sobre o futuro da empresa mais valiosa do mundo. A presença de Steve Jobs à frente da Apple é razão indiscutível para seu incrível sucesso.
Dificuldades e oportunidades
Jobs, filho adotado que não finalizou a universidade e teve sua vida desenhada entre altos e baixos, fez de sua persistência e visão diferenciada em relação à experiência final do usuário grandes trunfos na transformação da Apple, que hoje é modelo de competitividade e inovação.
Mesmo conhecendo e valorizando os produtos Apple e tendo muitos amigos que são apaixonados pela empresa, ainda não tive a oportunidade de ter nenhum dos seus produtos. Menciono essa curiosidade porque a considero muito importante: Jobs e a cultura Apple vão além dos seus produtos e consumidores; a empresa consegue despertar interesse e encanto mesmo em pessoas que, como eu, ainda não são seus clientes.
O que virá no futuro?
No médio prazo (entre dois e cinco anos), a Apple provavelmente não terá mudanças significativas. O planejamento é sempre realizado no longo prazo e os produtos que serão lançados nesse meio tempo já estão programados. A pergunta que se faz, e que gera angústia em muitos investidores e fãs, é quanto ao que virá depois. Tim Cook será capaz de manter o fascínio e adoração que Jobs criou com a maçã mordida?
A visão do mercado em relação ao patamar que a empresa alcançou diz tudo. As ações da Apple se valorizaram 6.795% desde que Jobs assumiu o cargo de diretor executivo da empresa, em meados da década de 90 – momento em que a empresa passava por grandes dificuldades e por pouco não faliu.
Ligando os pontos
Um dos momentos que considero mais brilhantes, e que mostra um pouco do pensamento de Jobs, está retratado em um discurso realizado para os alunos que se formavam em Stanford, alguns anos atrás. No discurso, Jobs conta um pouco de sua trajetória e como é necessário aproveitar as oportunidades que a vida nos apresenta, mesmo quando tudo não sai conforme o planejado. Assista:
https://www.youtube.com/watch?v=66f2yP7ehDs
É claro que, como toda grande figura pública, também despertou críticas, especialmente na sua conduta centralizadora e obstinada. Seu modo de agir e trabalhar lhe rendeu a fama de carrasco, inclusive nas palavras de muitos ex-empregados, que se diziam humilhados publicamente.
Qual será seu legado?
O que parece claro para todos nós é que se Steve Jobs não tivesse existido, possivelmente a vida tecnológica não seria tão divertida, apaixonante e livre. Este sentimento pode ser visto no comercial de lançamento do Macintosh, em 1984:
Que este não seja o adeus a Steve Jobs. Viva Jobs! Viva!
Foto de sxc.hu.