O ex-presidente norte-americano Donald Trump se declarou inocente nesta sexta-feira de três novas acusações relacionadas à posse de documentos confidenciais dos Estados Unidos depois que ele deixou a Casa Branca em 2021.
Com isso, o total de acusações apresentadas pelo procurador especial Jack Smith no caso subiu para 40.
Trump, o favorito para a indicação republicana às eleições presidenciais de 2024, também renunciou ao direito de estar presente no tribunal federal da Flórida para a audiência, em 10 de agosto, sobre as três acusações adicionais, segundo um documento judicial.
Na véspera, ele compareceu ao tribunal federal em Washington para se declarar inocente de quatro acusações apresentadas em uma investigação separada liderada por Smith. Nesse caso, Trump é acusado de orquestrar uma conspiração ilegal para tentar reverter sua derrota nas eleições de 2020.
As novas alegações contra Trump no caso dos documentos incluem uma acusação adicional de retenção ilegal de informações de defesa nacional e mais duas acusações de obstrução de justiça.
Trump compareceu a um tribunal federal em Miami em 13 de junho para se declarar inocente de 37 acusações de que ele manteve ilegalmente documentos de segurança nacional — incluindo detalhes sobre o programa nuclear dos EUA e planos militares — e de que teria mentido para as autoridades que tentaram recuperá-los. Ele apresentou seus últimos fundamentos em um documento por escrito.
Walt Nauta, um funcionário de Trump, também está enfrentando novas acusações, e um terceiro réu, também funcionário de Trump, Carlos De Oliveira, foi adicionado ao caso em uma acusação substituta na semana passada.
As acusações contra Nauta e De Oliveira incluem ocultação de documentos, conspiração para obstruir a justiça e declarações falsas.
Não estava claro nesta sexta-feira se Nauta e De Oliveira estarão presentes no tribunal em 10 de agosto. Os advogados deles não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
Trump se declarou inocente e acusou o governo do presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, de atacá-lo por motivos políticos. Ele chamou Smith de “Trump ‘hater'”.
O juiz do caso dos documentos agendou o julgamento para maio de 2024, embora isso possa mudar.
Pesquisas de opinião mostram Trump, que foi presidente de 2017 a 2021, com uma grande vantagem sobre seus rivais na corrida para indicação de seu partido às eleições de 2024, enquanto busca uma revanche contra Biden, que o derrotou em 2020.
Os promotores acusaram Trump de pegar centenas de documentos contendo os segredos mais bem guardados do país e armazená-los aleatoriamente em sua propriedade de Mar-a-Lago, em Palm Beach, Flórida.
Em seu campo de golfe em Bedminster, Nova Jersey, Trump também teria mostrado informações sigilosas para pessoas que não estavam autorizadas a vê-las, de acordo com a acusação.
Trump enfrenta acusações que incluem violações da Lei de Espionagem, que criminaliza a posse não autorizada de informações de defesa, e de conspiração para obstruir a justiça, o que acarreta uma pena máxima de 20 anos de prisão.