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Aposentadoria já era! Agora é Nova Velhice

by Danylo Martins
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O conceito de aposentadoria vem mudando ao longo dos anos e é importante estarmos preparados, em todo os sentidos, para encarar esse momento. Você já parou para definir aposentadoria? Como acredita que será este período de sua vida?

Sabe aquela cena de anúncio publicitário em que a pessoa aposentada está na praia ou numa casa de campo com as pernas para o ar? Pois saiba que isso vem se tornando mais raro.

Na prática, quem se aposenta não puxa uma cadeira de balanço e passa a descansar pelo restante da vida. Trata-se de um dos mais importantes mitos quando o assunto é velhice.

O que acontece (e digo isso por experiência na família e relatos de leitores) é exatamente o contrário: em vez de ficarem completamente inertes, os idosos resolvem abrir um negócio, montar roteiros de viagem e até retornar ao antigo emprego em jornadas reduzidas.

Todo esse cenário que se desenha é o que especialistas em longevidade, do Brasil e do mundo, chamam de “New Old Age” (no português, “Nova Idade Idosa” ou “Nova Velhice”).

Referência nos estudos sobre o assunto, o médico Alexandre Kalache diz que autonomia e independência são dois dos principais investimentos que podem ser feitos para viver bem durante a terceira idade (ou quarta idade, como alguns já vêm chamando essa fase).

Já para Chris Farrell, editor-colaborador da Bloomberg BusinessWeek, a melhor aplicação com foco na aposentadoria não é nem investir em ações, nem em outros ativos financeiros. Ele defende, em seu mais recente livro “Unretirement” (Editora Bloomsburry) que desenvolver novas habilidades que servirão para garantir uma renda extra pode oferecer um retorno melhor.

Em entrevista à Reuters (leia a íntegra aqui), Farrell destaca que a “não aposentadoria” (possível tradução para unretirement) significa o impacto financeiro de se trabalhar mais.

“Se você pode continuar trabalhando com bem mais de 60 anos mesmo ganhando uma renda menor com um trabalho de meio período, você conseguirá mais no período de um ano do que ganharia com a previdência. Isso muda o quadro final – e não só a renda. Você não precisa usar seu pé-de-meia durante esses anos e poderá aumentá-lo”, explica na entrevista.

Aposentadoria flexível

Em pesquisa divulgada recentemente, a seguradora Aegon tentou traçar “a nova cara da aposentadoria” a partir de entrevistas feitas com 16 mil pessoas – assalariados e aposentados – em 15 países, entre eles, o Brasil.

O trabalho é extenso (pode ser lido inteiro aqui), mas um dos pontos que chama a atenção é a tal da “aposentadoria flexível”, também chamada de “aposentadoria progressiva”. Trocando em miúdos, envelhecer deixou de ser um momento de dependência financeira (de filhos, por exemplo) para ser uma fase ativa, produtiva e com novas possibilidades.

Para se ter uma ideia, menos de um terço (32%) dos empregados atuais pensa em parar de trabalhar totalmente quando chegar a época da aposentadoria. Outros 29% dizem que mudarão a forma de trabalhar, por exemplo, cumprindo uma jornada de meio período.

Entre os motivos alegados para permanecer na ativa, estão afirmações como:

  • “Eu gostava do meu trabalho/carreira” (50%);
  • “Queria me manter ativo/manter meu cérebro alerta” (45%);
  • “INSS/benefícios do governo menores do que o esperado” (24%);
  • “Renda na aposentadoria menor do que a esperada” (14%);
  • “Não economizei o suficiente de forma consistente” (10%).

Conclusão

Com o aumento da expectativa do brasileiro, quem quiser garantir uma aposentadoria saudável precisa se preparar o mais cedo possível. Planejamento é palavra-chave, mas não só na teoria. É fundamental estabelecer metas realistas, com prazos definidos e que sejam visíveis e possam ser relembrados por sua mente a todo instante. Agora é com você!

Foto “Senior at work”, Shutterstock.

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