A Nasdaq (National Association of Securities Dealers Automated Quotation System) é a Bolsa de Valores dos EUA onde as empresas de tecnologia abrem seu capital. Empresas como Microsoft, Google, Facebook, entre outras do setor, negociam suas ações na Nasdaq através de um sistema totalmente informatizado – trata-se de uma bolsa eletrônica.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), banco de fomento brasileiro, tem a participação societária em 30 empresas de tecnologia e sua estratégia de desinvestimento passa pela bolsa, criando a partir daí um pólo de companhias de TI (Tecnologia da Informação).
A ideia não é fundar uma concorrente para a BM&F Bovespa, mas sim aproveitá-la para colaborar com a abertura de capital das empresas com aporte de capital do BNDES. Por isso o título do artigo, o interesse de criar a “Nasdaq brasileira”, mas usando a estrutura da bolsa de valores hoje presente e atuante no Brasil.
De acordo com o Jornal Folha de São Paulo, além de “desinvestir” vendendo suas ações nas empresas através da bolsa, o BNDES pretende realizar novos investimentos. Para entrar como sócio em empresas a partir de agora, o BNDES faz severas exigências às empresas, que são obrigadas, por exemplo, a integrarem o “Bovespa Mais”, segmento de acesso da Bolsa com regras rígidas de transparência.
O BNDES tem participações em aproximadamente 30 empresas do ramo de tecnologia, entre elas Padtec, BRQ, CI&T, High Bridge, Quality Software, Teikon e Six Semicondutores. Acredita-se que algumas delas estreiem na bolsa já em 2014.
Setor de alto risco
Do ponto de vista do investidor, vale ressaltar que o setor de TI possui a característica de alto risco, pois a cada novo avanço tecnológico feito por rivais algumas companhias podem perder competitividade no mercado. Se o risco representa chances maiores de desvalorização, o mesmo vale para a alta dos papéis. A volatilidade é maior, mas o retorno costuma ser rápido quando se “acerta”.
Outro detalhe interessante diz respeito ao setor de tecnologia da informação, que em 2012 cresceu 10,8% por aqui. Esse número se torna ainda mais expressivo quando comparado com o PIB (Produto Interno Bruto) do mesmo período, que avançou apenas 0,9%.
As ações que buscam levar fomento e competitividade às empresas de tecnologia no Brasil são muito importantes – atualmente o setor já é responsável por 5,2% do PIB do país. Completo dizendo que seria também muito apropriado que outros gargalos, como burocracia e impostos extremamente altos, fossem objeto de mudanças por parte de governo. O país só teria a ganhar. Concorda? Até a próxima.
Fonte: Folha. Foto de freedigitalphotos.net.