Por Gustavo Chierighini, publisher da Plataforma Brasil Editorial.
Caro leitor, escrevo este artigo me dirigindo às pequenas e médias empresas ou startups tocadas por gente séria e competente. Inicio, então, com uma afirmação que servirá para derrubar estigmas e alguns preconceitos.
Lá vai: compliance e gerenciamento de riscos não serve – ou é essencial – apenas para grandes grupos, bancos, seguradoras ou empresas de telefonia.
Sim, ele é essencial para o êxito e segurança da sua operação, protege o caixa da empresa, o seu bolso, o bolso daqueles que acreditaram em você e, tenha certeza, muitas vezes vai garantir a sua liberdade. Em resumo, independe de porte.
Aqui vale a pena uma passada de olhos na nova lei anticorrupção (Lei 12.846). É verdade que trata-se de um tema complexo, assim como é complexo, árduo e arriscado gerenciar – e fazer funcionar – qualquer empreendimento digno de nota ou que objetive alguma consideração no futuro.
Muito além dos aspectos jurídicos e regulatórios
Programas de conformidade “compliance”, que objetivam atender a boa execução de procedimentos e políticas – em acordo a legislação e as normas setoriais – e ainda zelam pelo resultado dos negócios, são exemplos de pacotes completos de empresários e gestores que pensam longe.
Há um equivoco recorrente (inclusive em grandes grupos) quando o tema fica limitado aos aspectos legais. A ideia aqui é oferecer uma abordagem ampla, envolvendo não somente a legislação aplicável e as normas oficiais, mas questões de performance, gerenciamento de riscos e governança.
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As empresas não afundam por acaso
Se alguém duvida da importância desta amplitude, sugiro uma pesquisa sobre a mortalidade empresarial no Brasil, que não envolve apenas startups e pequenas empresas, mas também médias e eventualmente grandes grupos que tinham tudo para se perpetuar, mas naufragaram.
E, saiba, o naufrágio empresarial se assemelha muito às quedas de aviões, ou seja, nunca ocorre apenas por um ou outro erro, mas uma sequência encadeada de derrapadas, descuidos e cálculos mal feitos (quando são feitos).
Vamos descomplicar
De certa forma, tudo se resume a um programa de integridade envolvendo processos, métodos, cuidados e um ajustado monitoramento daquilo que pode dar errado (riscos). Se observarmos com cuidado, não há projeto humano que possa dispensar essa lógica.
Tudo passa por uma questão de mentalidade e consciência de boa gestão. Ou seja, não se perpetua um empreendimento sem cuidadosa atenção aos detalhes.
Perpetuando empresas e negócios
Há quem deseje perpetuar seus negócios, deixar um legado, proteger seus herdeiros e não estourar as finanças com “pataquadas” empresariais. Eles pensam assim:
- Preciso ser agressivo, mas não posso desrespeitar a legislação e as normas do setor;
- As coisas podem não acontecer como estou prevendo. Preciso me precaver;
- Quando algo pode desandar, a grande possibilidade é que desande mesmo;
- Eu não consigo controlar tudo, preciso de processos e procedimentos estruturados;
- A minha equipe é muito boa, mas jamais posso encará-la como infalível;
- Seres humanos são instáveis e suscetíveis a falhas.
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Mas existem aqueles que não se preocupam muito com essas coisas e, no lugar de prudência, adotam apenas o otimismo. Eles pensam da seguinte forma:
- Posso ser condescendente com algumas falhas, até porque a possibilidade de ser pego é mínima;
- Não perderei muito tempo com cuidados e procedimentos, caso contrário vou acabar desviando o foco do processo essencialmente comercial – que é o que realmente importa;
- Tudo vai dar certo. Cheguei até aqui desta forma, não preciso perder tempo com essas complicações envolvendo procedimentos;
- Na hora que os problemas acontecerem, nós resolveremos tudo;
- Não posso ficar pensando nos problemas e falhas que podem acontecer. Isso traz um clima negativo e de pessimismo para a equipe;
- No final das contas, todos praticam o mesmo deslize. Então está tudo certo.
Antagonismos à parte, alguns benefícios costumam ser colhidos pelas empresas que adotam programas de integridade de procedimentos e gerenciamento de riscos. Vejamos:
- Segurança legal e regulatória, protegendo contra punições, multas e outras consequências limitantes;
- Eficiência operacional a partir de dinâmicas e procedimentos mais organizados;
- Maior ganho de escala, por conta da própria eficiência operacional;
- Otimização do relacionamento com clientes e fornecedores;
- Quantificação de parâmetros de risco e clareza nos caminhos para o seu gerenciamento;
- Melhor capacidade para enfrentar contingenciamentos, por conta do gerenciamento de riscos;
- Melhor previsibilidade de performance, beneficiando o relacionamento com investidores e credores.
Por fim, uma vez ajustado o escopo e a complexidade de implantação, um bom programa de compliance pode ser útil e viável até mesmo nas menores “famílias”.
Conexões: evento de networking e experiência
O Evento é uma realização da Plataforma Brasil Editorial e sua segunda edição aconteceu no Restaurante Vino, localizado na Rua Tamandaré de Toledo, 51 – Itaim Bibi – em São Paulo (uma casa especializada em boa gastronomia, especialmente harmonizada com uma das melhores adegas de São Paulo).
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Nesta 2ª edição, contamos com a atuação da Empodere-se (Empresa líder em Design Thinking para o ambiente de inovação), em uma dinâmica rápida de integração com foco na temática do evento.
Tratou-se de um evento com o tema “O desafio de manter-se relevante em um mundo em transformação” e que se diferenciou dos demais eventos corporativos por não envolver palestras ou mesas de debates (um mix que reúne construção estruturada de networking, bom conteúdo e entretenimento com boa gastronomia).
Será realizada ainda uma última edição do evento antes do final de 2016. E em 2017 o evento ocorrerá de forma continuada/recorrente a cada período de 45/60 dias, garantindo aos seus participantes a experiência do pertencimento, e sempre contando com novos convidados, envolvidos em novas temáticas.
O Conexões pretende se transformar no mais importante e completo evento de networking estruturado que se tem notícia no Brasil
Apoiadores da segunda edição: www.timaissimples.com.br, da IBM do Brasil, e http://www.obtive.com.br/
Parceiros: Dinheirama, Revista Franquia, 777 Acelerator, Oficina Coworking, PBMA e CC3 – Compliance Consultancy Three.
Até a próxima!