A CSN (CSNA3), segunda maior produtora de cimento do Brasil, anunciou nesta quinta-feira acordo de exclusividade nas negociações para aquisição de 100% da rival Intercement, que além do Brasil possui ativos na Argentina e é controlada pelo grupo Mover, ex-Camargo Corrêa.
A companhia, que tem planos de listar as ações de suas operações de cimento, afirmou que ainda não assinou acordos vinculantes para uma potencial transação e que o período de exclusividade vai até 12 de julho.
A Votorantim Cimentos, líder do mercado nacional, também era uma das interessadas na Intercement.
Fonte próxima do assunto afirmou à Reuters que a CSN ofertou cerca de 6 bilhões de reais pelos ativos da Intercement, que incluem 52% da Loma Negra, produtora que detém aproximadamente 48% do mercado argentino de cimento.
Segundo a fonte, as discussões estavam “90% feitas”, com o valor da oferta incluindo dívidas da Intercement junto a bancos que vencem em meados de maio.
A Intercement Brasil encerrou 2023 com dívida líquida de 1,9 bilhão de reais e tem a vencer este ano cerca de 1 bilhão, segundo balanço divulgado pela companhia. No Brasil, a empresa tem 15 fábricas de cimento e 1 unidade de agregado.
Já a CSN tem cerca de 17 milhões de toneladas de capacidade de produção de cimento, projetando expansão para 25 milhões, e cresceu nos últimos anos apoiada em um agressivo programa de aquisições, que incluíram os ativos da Lafarge Holcim no Brasil.
A Intercement vendeu em meados do ano passado operações em Moçambique e África do Sul para a chinesa Huaxin Cement, que vinha sendo citada pela imprensa como interessada por outros ativos da companhia.
Representantes da Intercement e da CSN não puderam comentar o assunto de imediato.