O déficit nominal do Brasil, que inclui despesas com o pagamento da dívida pública, foi a 7,3% do Produto Interno Brito nos 12 meses encerrados em agosto, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central.
Esse é o pior desempenho desde maio de 2021, quando alcançou 8,8% do PIB. Em agosto somente, o déficit nominal foi de 106,561 bilhões de reais.
Em agosto, os gastos do governo com juros mais do que dobraram em comparação com o ano anterior, totalizando 83,7 bilhões de reais.
Contribuíram para essa alta, de acordo com o BC, uma perda de 10,5 bilhões de reais com operações de swap cambial, além do aumento da inflação.
Os dados do BC mostram ainda que a dívida bruta do Brasil registrou alta em agosto, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário.
A dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou agosto em 74,4%, contra 74,0% no mês anterior e expectativa em pesquisa da Reuters de 74,3%. Segundo o BC, contribuíram para essa evolução, em especial, os juros nominais apropriados (aumento de 0,7 p.p.) e o efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,4 p.p.).
Já a dívida líquida foi a 59,9%, de 59,5% e em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters. O BC informou que essa elevação refletiu sobretudo os impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,8 p.p.), do déficit primário (aumento de 0,2 p.p.), da desvalorização cambial de 3,8% no mês (redução de 0,4 p.p.) e do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,3 p.p.).
Em agosto, o setor público consolidado registrou um déficit primário de 22,83 bilhões de reais, contra expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de 25,8 bilhões de reais.
O desempenho mostra que o governo central teve saldo negativo de 26,182 bilhões de reais, enquanto Estados e municípios registraram superávit primário de 2,485 bilhões de reais e as estatais tiveram resultado positivo de 866 milhões de reais, mostraram os dados do Banco Central.