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Desmatamento na Amazônia cai 22,3% em 12 meses até julho

Considerando apenas os números de janeiro a outubro deste ano, colhidos pelo Deter, a queda no desmatamento foi de 49,5%.

by Reuters
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O desmatamento na Amazônia brasileira recuou 22,3% nos 12 meses até julho, mostraram dados do governo nesta quinta-feira, marcando a menor área desmatada da maior floresta tropical do mundo desde 2019.

Cerca de 9.001 quilômetros quadrados da floresta foram desmatados de agosto de 2022 até julho deste ano, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os dados, produzidos anualmente pelo programa de monitoramento por satélite Prodes, do Inpe, são muito mais precisos do que o sistema de alerta Deter, que publica números semanais.

A destruição na Amazônia aumentou sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfraqueceu as agências de proteção ambiental e abriu caminho para um influxo de garimpeiros, madeireiros e fazendeiros que desmataram a floresta.

De acordo com o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, André Lima, nos últimos três meses, considerados os mais críticos para o desmatamento, a queda ficou acima de 50% na comparação com os mesmos meses do ano passado.

Considerando apenas os números de janeiro a outubro deste ano, colhidos pelo Deter, a queda no desmatamento foi de 49,5%.

“Conseguimos uma redução de 22% do desmatamento mesmo tendo uma ‘contratação’ de 6 mil km² (de desmatamento) no governo Bolsonaro”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a apresentação dos dados do Prodes nesta quinta-feira, lembrando que os números ainda incluem seis meses do governo passado.

(Imagem: REUTERS/Bruno Kelly)
(Imagem: REUTERS/Bruno Kelly)

A ministra alertou, no entanto, que os riscos são maiores no ano que vem, já que a tendência é de que o fenômeno El Niño, extremamente forte este ano, se mantenha em 2024.

A continuação da seca fragiliza a cobertura vegetal, a torna mais vulnerável a incêndios e aumenta o risco de desmatamento. Segundo Marina, o governo estuda novas medidas para tentar evitar um quadro pior, e deve anunciá-las em dezembro, na COP 28.

Marina ressaltou que 37% dos focos de incêndio este ano foram registrados no que é chamado de floresta primária — ainda intacta — o que costuma ser mais raro. “Isso é um efeito da mudança do clima sobre a floresta”, afirmou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que iniciou o seu mandato no início deste ano, fez da reconstrução do sistema de proteção ambiental e da redução do desmatamento uma das prioridades do seu governo.

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