Escrever e publicar material de educação financeira na Internet só foi possível graças ao avanço da tecnologia e do surgimento de pessoas dedicadas a aproveitá-la de forma inteligente e produtiva. Nós decidimos usar toda a força da Internet para fazer chegar a você conteúdo de primeira. Mas, antes, experimentamos muitos outros passos que não surtiram o mesmo efeito (blogs em outros endereços, tecnologias que ficaram obsoletas etc.).
Estar em contato com a tecnologia é imprescindível hoje em dia. Toda a equipe Dinheirama adora conhecer e experimentar as novidades. Você liga tanto para isso? Conversei com um grande amigo que é maníaco por coisas hi-tech e acho que você vai gostar da conversa.
O papo foi com Gino Olivato, Engenheiro Eletrecista pela UNIFEI e fundador do MacMinds.com.br, um blog sobre o mundo Apple. Desde os 12 anos Gino se interessa por computadores, passando por várias plataformas: TK85, PC X86 7MHz, 386 DLC 40MHz, a era Pentium e finalmente a plataforma Mac. Seu primeiro contato com a Apple foi um Macmini em outubro de 2007 e, desde então, ele se dedica a buscar informações de como adaptar velhos hábitos do PC às maravilhas do Mac.
Confira como foi nosso papo:
Gino, muitos de nossos leitores são também aficionados por tecnologia. Somos amigos de longa data e sei que você também gosta de gadgets e tem até fibra ótica na sua casa. Como começou essa relação com a tecnologia? Tem explicação para tanta paixão?
Gino Olivato: Paixão e explicação são duas palavras bem antagônicas, não dá para explicar porque nos apaixonamos por alguma coisa ou alguém; simplesmente acontece. Com a tecnologia não foi diferente.
Meu pai emprestou um computador de um amigo para ver se poderia utilizá-lo em sua empresa. Era um TK85, em 1986. Junto com a “máquina” veio um livro do saudoso Basic, onde aprendi meu primeiro IF.
Algum tempo depois consegui fazer um programa que calculava a tabuada. Pedi para “ele” (o TK) fazer a tabuada do 2, do 3 e do 7, até que resolvi pedir uma que eu não saiba a resposta, a tabuada do 13. Quando vi na tela 13, 26, 39, entendi que poderia transferir tarefas para a máquina que eu não sabia o resultado. Apaixonei-me!
Depois disso, meu pai comprou um PC para a empresa, um XT de 756 KBytes de memória, 4.77MHz, com 2 drives de 5 ¼ e sem HD. Aprendi muito nele, principalmente a primeira linguagem com a qual trabalhei, o Clipper, na versão Autumn 86.
Por trabalhar na área de tecnologia, você acaba mantendo contato com muitas novidades e tendências. Na sua opinião, quais são as principais contribuições da tecnologia para o mundo atual e o que você acha que vem por ai?
G. O.: Na década de 80, muito se falava sobre o que seria realidade no ano 2000. O novo milênio veio e os carros ainda não voam – desejo desde os Jetson’s, da década de 60. Mas uma coisa aconteceu que mudou o mundo para sempre: a comunicação.
Quando dou uma palestra, faço uma pergunta simples para definir a geração do público: “Você comprou ou ganhou de seus pais o primeiro celular?”. Quem comprou é da minha geração; quem ganhou nasceu em um mundo onde a velocidade dos acontecimentos é outra. Perguntar onde você está é comum para quem fez a ligação, pois quem atendeu pode estar em qualquer lugar do mundo.
Quando essa revolução aconteceu, eu estava no último ano de Engenharia Eletrônica, acompanhando a outra grande mudança que a tecnologia trouxe para a vida de todos nós: os computadores deixaram de ser uma ilha, onde as informações só chegavam em botes, os pequenos disquetes, para se tornarem um ponto de contato com o mundo através da Internet.
O primeiro browser que utilizei foi o Mosaic, em um Windows 3.11, com um modem de 7200 Bps. O mundo ao seu alcance, se você tivesse muita paciência em 1995! Hoje se você segurar uma criança de um ano em frente a uma televisão, ela vai tocar na tela e olhar para você com aquela carinha de “Por que nada acontece?”.
É a geração touch screen, que aprendeu que basta tocar para as coisas funcionarem, sem botões, teclas ou seletor de canais – este último não é nem do seu tempo, Navarro (risos).
O que vem por ai? Eu acredito numa nova ruptura com relação à velocidade de processamento. Representar tudo com 0 ou 1 está com seus dias contados. A computação quântica poderá revolucionar tudo o que conhecemos hoje, realizando cálculos impossíveis hoje em segundos.
Tudo seria exponencialmente mais rápido, onde um número quase infinito de informações poderia ser interpretado em um curto espaço de tempo, onde carros poderiam calcular tudo e – quem sabe – voarem (andarem) sozinhos.
Como e por quê surgiu a ideia de criar o blog MacMinds.com.br? Você se considera um empreendedor por manter este espaço, de certa forma desvinculado de sua principal fonte de receita?
G. O.: Antes de 2007, eu não conhecia os produtos da Apple. Com a chegada do iPhone, uma nova onda de usuários teve contato com a marca e, neste cenário, comprei meu primeiro Apple, um MacMini com o Tiger (versão do Mac OS X da época). Meu objetivo era um montar um mídia center, onde assistiria filmes, armazenaria música, tudo isso ligado na TV da sala.
Como sempre fui doente por tecnologia, me aprofundei no uso do iPhone. Meus amigos sempre me pediam dicas de aplicativos ou de como resolver um determinado problema, então eu decidi fazer algo mais. Inspirado pelo Digital Drops, do amigo Nick Ellis, e guiado pelo meu mestre na blogosfera Conrado Navarro, tirei as ideias do pendrive para a web, criando o MacMinds.com.br.
Começou como um hobby, mas após três anos tomou outra proporção: hoje são mais de 30 mil acessos por mês trazendo informações e novidades aos leitores. O MacMinds tem receita própria através de anúncios, com os quais se mantém e patrocina os sorteios, como a tradicional Promoção de Aniversário. É um empreendimento ainda “incubado”, que pode se tornar minha principal fonte de renda daqui cinco anos.
Quais são os principais desafios de se manter um blog e como você trabalhou o seu crescimento? Conte-nos também o que você aprendeu com esses anos seguindo essa atividade paralela.
G. O.: O maior desafio de manter um blog é escrever todo o dia. Chuva, sol, Natal, férias, nada para o MacMinds. Desde que comecei, são mais de 1100 dias escrevendo. Conto também com o apoio de colaboradores.
Fazer o MacMinds crescer foi um processo lento e árduo, afinal repetir o sucesso de um artigo matador não é fácil. A perseverança é o caminho do sucesso: tutorias, reviews, notícias e até rumores fazem parte do dia a dia do blog. É claro que alguns artigos nem sempre são tão acessados quanto outros.
Aprendi que para a paixão não há barreiras. É a vontade de escrever e compartilhar minhas descobertas que movem o MacMinds. O que estudo agora é como monetizar ainda mais esta paixão e expandi-la além da web.
Sei que sempre existem promoções muito bacanas no MacMinds.com.br. Tem uma promoção de aniversário rolando agora, não é isso? Explica pra gente o que será sorteado e como podemos todos participar.
G. O.: Para comemorar os três anos do MacMinds, iremos sortear o novo iPod Nano de 8GB. Este novo tocador de MP3 aposentou a versão anterior com tela de 240 x 240 pixels, trazendo uma tela maior com 240 x 432 pixels e até bluetooth.
Para participar é muito simples, basta acessar o link da promoção (clique aqui), preencher a pesquisa e concorrer. O sorteio acontecerá no dia 21/11 às 20 horas com transmissão ao vivo pelo site. Se o sortudo estiver acompanhando o evento e for seguidor do @mac_minds, ganha também uma assinatura de um ano da revista macmais.
Então não perca tempo, clique aqui e acesse a promoção.
Uma pergunta que vi muito no mercado financeiro e quero fazer para você: o que mudou na Apple depois da morte de Steve Jobs? Que ele faz falta, é óbvio, mas como você vê a administração da empresa e seus futuros produtos/inovações sem Jobs?
G. O.: Apple sem Jobs? Quando isso aconteceu no século passado a empresa quase quebrou e tiveram que pedir para ele voltar. Agora isso é impossível. Especulou-se que as ações iriam definhar, que a qualidade iria cair. Trem não vira esquina, a curva é lenta e bem aberta. Certezas do efeito da companhia sem o seu co-fundador demorarão anos para aparecer.
Agora, qualquer companhia que muda seu CEO tem mudanças em sua gestão. Os acionistas não têm do que se queixarem, afinal um ano após a morte de Steve (5/10/11), as ações valorizaram mais de 60% e a empresa nunca valeu tanto. Já os fãs não tem a mesma opinião. Um lançamento sem Jobs no palco perde 50% do glamour, e isso nunca mais teremos!
Sob sua batuta foram lançados produtos que mudaram o destino da Apple, como o iPod, iPhone e iPad. Com apenas um modelo de celular, a fabricante de computadores acabou com a zona de conforto das grandes empresas líderes do ramo. O iPad chegou em 2010, criou um mercado e até agora a concorrência tenta criar um iPad killer.
Já faz um ano que Steve Paul Jobs se foi e os últimos lançamentos de Cupertino mostram uma tendência: inovação e magia não são mais os principais valores da companhia. Quando o iPhone 5 foi lançado, houve muita reclamação pela falta de novidade, pois todo mundo já sabia como seria o novo produto.
Por mais que a cadeia de suprimentos precisasse de informações para fabricação, Jobs sempre tinha o saudoso “one more thing” (mais uma coisa) ao final de suas apresentações. O último iPhone foi apenas uma confirmação dos rumores.
Em 23 de outubro foi lançado o iPad Mini. Não há duvidas de que o produto será um sucesso e trará muito lucro à Apple. Mas ela deixou de ser seguida para ser seguidora, lançando um produto já criado pela concorrência. Errada? Não na visão dos acionistas… Já para os fãs da marca, acabou a magia.
Gino, obrigado pela oportunidade e parabéns pelo sucesso à frente do MacMinds.com.br e em sua carreira. Deixe uma mensagem final para o leitor que quiser conhecer melhor seu trabalho. Até a próxima.
G. O.: Se você gosta de tecnologia, em especial dos produtos da Apple, visite o MacMinds.com.br. Lá você encontrará as últimas novidades sobre Macs, iPhones e iPads, além de ver também várias dicas e tutorias que podem ajudar o dia a dia com seus gadgets, seja você um usuário que utiliza todos os recursos do equipamento ou um iniciante no mundo dos dispositivos que começam com a letra “i”.
Tem interesse em colaborar com o MacMinds ou quer apenas trocar uma ideia comigo sobre o mundo Apple e tecnologia? Mande um email para [email protected].
Navarro, muito obrigado pela oportunidade, parabéns pelo sucesso do Dinheirama e um grande abraço.