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Dinheirama Entrevista: Renato Pisani, Empreendedor e Sócio da Tirante A

by Conrado Navarro
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É muito provável que você, nosso leitor, seja um empreendedor ou alimente este sonho. Eu sempre digo que empreender é um estilo de vida e cada vez que converso com amigos empreendedores esse pensamento ganha ainda mais força. Conversei com o empresário e amigo Renato Pisani sobre os desafios do empreendedorismo e sua história pessoal, acho que você vai gostar e aprender muito com ele.

Renato é Engenheiro Eletrônico pela EFEI (Escola Federal de Engenharia de Itajubá, atualmente UNIFEI), com MBA em Marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Atualmente é Diretor de Marketing e Sócio da Tirante A – Adventure Instruments.

Segundo Renato, a Tirante A tem como missão proporcionar maior prazer, segurança e controle aos praticantes de esportes de aventura, através do desenvolvimento e fabricação de equipamentos auxiliares à prática desta modalidade esportiva, utilizando recursos tecnológicos considerados “estado da arte” em eletrônica. Isso tudo aqui no Brasil.

Além de um empreendedor muito bem-sucedido, Renato também é meu amigo pessoal e sua trajetória é motivo de muita amdmiração de minha parte. Acompanhe como foi nosso papo:

Renato, uma das iniciativas que mais defendemos e estimulamos em nosso dia a dia é o empreendedorismo. Como você essa questão no Brasil? Quais os principais desafios e oportunidades para quem quer empreender por aqui?

Renato Pisani: A vida de empreendedor exige, acima de tudo, paixão. Certamente não é o caminho mais fácil, então se você quer estabilidade, segurança e conforto não siga esse caminho. Agora, se o desafio e o espírito aventureiro são coisas que te motivam, considere empreender.

A questão de empreender no Brasil é ainda mais complicada. Os motivos são vários e conhecidos, como burocracia extrema, políticas fiscais e tributárias incoerentes e dificuldade em ter acesso a recursos de fomento. O interessante é que recurso há, contudo é tão trabalhoso chegar até eles que muitas vezes não vale a pena.

A principal dica que deixo é: entre em um mercado que você conheça, tenha acesso e, de preferência, lhe traga satisfação pessoal.

Conte-nos um pouco sobre como o empreendedorismo se tornou seu estilo de vida. Somos amigos há muito tempo e fiquei curioso: você sempre quis ser dono do próprio negócio? Imaginava que seria diferente? O que nos diz dessa experiência?

R. P.: Sim, sempre tive vontade de ter o próprio negócio e fui traçando minha carreira em cima desta diretriz. Quando me formei em Engenharia Eletrônica, por exemplo, eu tive três opções de emprego, passei em dois processos seletivos para trainee, um na CPFL e outro na Votorantim, mas a vaga que mais me atraiu foi a de uma pequena empresa na época, chamada Bridge International.

Esta empresa foi adquirida mais tarde pela Avnet, hoje a maior empresa de distribuição de componentes eletrônicos do mundo. O que me atraiu na Bridge foi a possibilidade de visitar e conhecer centenas de empresas dos mais variados portes, culturas e áreas dentro do universo da eletrônica.

E foi lá que comecei a entender como o mercado funciona, conheci diversos casos de sucesso e alguns de fracasso também. Muitos me taxaram de louco por abrir mão de uma carreira promissora na CPFL; a família, os colegas e os amigos eram unânimes em aconselhar a grande empresa, mas eu tinha uma diretriz a seguir.

Na Tirante A, vocês trabalham com tecnologia de ponta sempre embarcada em produtos de prática esportiva. Como é trabalhar no segmento de tecnologia e inovação no Brasil?

R. P.: Exato, a Tirante A tem sempre a preocupação em inovar e trabalhar com tecnologia de ponta e o fato de estar no Brasil não atrapalha, com exceção dos problemas que todo empreendedor daqui tem, sendo ele inovador ou tradicional. Quando iniciei na eletrônica, havia um gap enorme, pois o acesso à informação era limitado.

Para conseguir um datasheet, por exemplo, era necessário enviar uma carta ao fabricante, que te mandava um catálogo ou livro de volta e este processo demorava meses. Hoje não, a informação está disponível para o mundo de forma muito mais simples e rápida.

A Tirante A exporta para 21 países e consegue ser competitiva, mas tem um segredo: não dá para bater de frente com o produto chinês, principalmente quando se fala em eletrônica, então a saída é escolher nichos onde você consegue se diferenciar e trabalhar com volumes de produção baixos e intermediários, porém com margens saudáveis. No alto volume e baixa margem, realmente não dá para competir.

Recentemente, vocês lançaram uma campanha de crowdfunding internacional para o produto Aqua 100 (clique para detalhes). Qual a ideia do produto? Como nosso leitor pode conhecer melhor o projeto e colaborar?

R. P.: O crowdfunding, ou financiamento coletivo, ainda não é muito conhecido no Brasil, mas nos Estados Unidos é um mercado que movimenta milhões de dólares, por isso decidimos lançar nossa campanha em um site americano chamado Indiegogo, as pessoas do mundo inteiro podem participar.

A campanha é focada em nosso produto para natação chamado “AQUA 100 – Seu treinador pessoal de natação” e ficará no ar até dia 7 de novembro. Convido o leitor a clicar aqui para conhecer o AQUA 100 e nossa campanha. Aproveito e peço que também nos ajude a divulgar e, se possível, contribuir.

O conceito do AQUA 100 já vem sendo desenvolvido há mais de um ano e a verdade é que sempre aparece uma prioridade de retorno financeiro mais imediato que acarreta na postergação do seu lançamento. Foi neste contexto que surgiu a ideia do crowdfunding, uma forma de buscar recursos para viabilizar o rápido lançamento do AQUA 100.

Se você pudesse conversar com Renato Pisani aspirante a empreendedor, ainda no início da empresa e do sonho de ter o próprio negócio, o que falaria para ele? Temos muitos leitores nesta situação.

R. P.: Nunca pensei por este ângulo (risos), mas acho que diria pra ele seguir em frente com o sonho de empreender. Gosto muito da frase de Mahatma Gandhi que diz “Acreditar em algo e não vivê-lo é desonesto”. Ah, tem uma outra frase que uso sempre e que aprendi com o meu ex-chefe, Mario Franco: “Na dúvida, acelera!”. É claro que para não dar com a cara no poste é preciso se preparar, planejar, estudar e persistir.

Renato, obrigado pela disponibilidade e parabéns pela sua trajetória pessoal e profissional. Por favor deixe uma mensagem final para o leitor interessado em empreendedorismo e também maneiras de conhecer melhor a Tirante A e manter contato. Até a próxima.

R. P: Para mim, a palavra chave para empreender é perseverança. Importante não confundi-la com teimosia, afinal ser perseverante é persistir nos objetivos com flexibilidade para se adaptar às dificuldades encontradas.

Bom, para conhecer um pouco mais da nossa trajetória sugiro que o leitor acesse nosso site – www.tirantea.com.br – e nossa página no Facebook. Quem quiser falar comigo diretamente, deixo também o telefone: (12) 3033-4422. Grande abraço, parabéns pelo seu trabalho e obrigado pela oportunidade.

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