O dólar (USDBLR) à vista fechou a quinta-feira novamente perto da estabilidade ante o real, enquanto no exterior a moeda norte-americana se manteve no positivo ante várias divisas, após dados fortes sobre o mercado de trabalho norte-americano impulsionarem por mais um dia os rendimentos dos Treasuries.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9321 reais na venda, em leve alta de 0,03%. Em janeiro, a moeda acumula elevação de 1,66%.
Na B3, às 17:21 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,11%, a 4,9405 reais.
Assim como nas sessões anteriores desta semana, a leitura de que o Federal Reserve pode não começar o processo de corte de juros em março deu o tom dos negócios nesta quinta-feira.
Os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir, puxando as cotações do dólar em relação a outras moedas, após a divulgação do número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA.
De acordo com o Departamento do Trabalho, os pedidos caíram 16 mil, para 187 mil, na semana encerrada em 13 de janeiro, em dados ajustados sazonalmente. Este é o nível mais baixo desde setembro de 2022.
Neste cenário, o dólar à vista, que chegou a marcar a mínima de 4,9135 reais (-0,34%) às 9h28 antes da divulgação dos dados de auxílio-desemprego escalou para a máxima de 4,9570 reais (+0,54%) às 12h30, já sob a influência dos dados.
Depois disso, o dólar perdeu fôlego e se reaproximou da estabilidade ante o real.
“A volatilidade intradia está relacionada a algum movimento técnico de realização, que naturalmente ocorre quando o dólar encosta em 4,95 ou 5,00 reais”, comentou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.
Segundo ele, quando o dólar supera os 4,95 reais surge um movimento de venda de moeda por parte de exportadores e agentes que mantêm posições compradas na divisa norte-americana.
“É bom lembrar que as cotações bateram em 4,72 reais em 2023”, pontuou Bergallo. “Na época, havia em certa medida uma boa parte do mercado acreditando que o valor do dólar era de 5,00 reais para cima. Essa percepção mudou e o parâmetro para o mercado agora indica um sobrepreço com o câmbio rondando 5,00 reais”, completou.
Internamente, investidores também seguiam monitorando as negociações em Brasília em torno de medidas para a área fiscal.
Ainda sem confirmação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode se reunir nesta quinta-feira com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para tratar da medida provisória de reoneração da folha de pagamentos.
Durante a tarde, o Banco Central divulgou novos dados que reforçam a percepção de que o Brasil segue atrativo ao capital externo, ainda que a taxa de juros Selic, hoje em 11,75% ao ano, siga em processo de queda.
O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de 3,575 bilhões de dólares em janeiro até o dia 12, informou o BC. Pelo canal financeiro, houve entradas líquidas de 1,476 bilhão de dólares no período e, pela via comercial, entrada de 2,099 bilhões de dólares.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de março.
Às 17:21 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,16%, a 103,500.