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Dólar acelera perdas frente ao real após ata do Copom

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9033 reais na venda, em baixa de 0,70%

by Reuters
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O dólar (USDBLR) acelerou as perdas frente ao real nesta terça-feira, com investidores recebendo positivamente a ata da última reunião de política monetária do Banco Central, em meio ainda a expectativas por dados de inflação dos Estados Unidos nesta semana.

Às 10:20 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,67%, a 4,8704 reais na venda.

Na B3, às 10:20 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,57%, a 4,8685 reais.

A ata do encontro da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reforçou que há necessidade de manter uma taxa de juros ainda contracionista pelo horizonte relevante para que se consolide convergência da inflação à meta.

De acordo com o BC, a incerteza, em particular no cenário internacional, que tem se mostrado volátil, prescreve cautela na política monetária, ao mesmo tempo que as expectativas de inflação seguem desancoradas e são um fator de preocupação.

“A ata parece adotar um tom tímido em relação à mensagem que se esperaria de um BC que estaria se sentindo confiante para embarcar num ciclo mais agressivo (de afrouxamento)”, disse Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.

“A postura geral permanece claramente cautelosa e o ritmo contínuo de redução de 50 pontos-base tem sido entendido como prudente e adequado ao ciclo atual e às suas incertezas internas e externas.”

Embora a redução dos juros tenda a reduzir a atratividade do real, vários participantes do mercado têm ponderado que a manutenção do atual ritmo de afrouxamento ainda deixaria os retornos oferecidos pelo real em nível competitivo por um bom tempo.

Desta forma, o tom cauteloso da ata, sem qualquer indício de intenção do BC de acelerar o processo de afrouxamento, joga a favor da moeda brasileira, embora o mesmo não valha para o mercado de ações doméstico, que num geral opera melhor em meio a expectativas de uma política monetária mais flexível.

Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes alternava estabilidade e leve queda. Em dia de agenda morna, as expectativas dos investidores giravam em torno de dados de inflação norte-americanos agendados para sexta-feira.

Caso mostrem novo arrefecimento nas pressões de preços nos EUA, os dados podem reforçar a visão do mercado de que o Federal Reserve começará a reduzir os juros já no primeiro trimestre do ano que vem, perspectiva que tem favorecido moedas emergentes nas últimas semanas.

“O recuo evidente da inflação no mundo tem sido um dos principais fatores para uma mudança de postura dos bancos centrais, e um importante pilar de sustentação dos ativos de risco”, escreveu Dan Kawa, sócio da We Capital.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9033 reais na venda, em baixa de 0,70%.

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