O dólar (USDBLR) fechou em forte alta frente ao real nesta sexta-feira, acumulando ganho semanal, com o pessimismo do mercado de ações contaminando o câmbio após decepção com a Petrobras, e na esteira de um relatório de empregos misto dos Estados Unidos .
A divisa norte-americana à vista fechou em alta de 0,95%, a 4,9816 reais na venda, registrando a maior valorização diária desde 2 de fevereiro (+1,04%).
Na semana, o dólar acumulou ganho de 0,55% frente ao real.
A alta do dólar nesta sessão teve como principal indutor “a decepção por parte do mercado com o pagamento menor de dividendos anunciado pela Petrobras”, disse Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora.
A Petrobras despencava na bolsa paulista nesta tarde após a companhia aprovar 14,2 bilhões de reais em remuneração a acionistas referente ao quarto trimestre, mas decidir não distribuir dividendos extraordinários.
Também na véspera a Petrobras divulgou que teve lucro líquido de 31 bilhões de reais nos últimos três meses do ano passado, recuo de 28,4% ante o mesmo período de 2022.
O Ibovespa tinha baixa de 0,74%, a 127.392,45 pontos, por volta das 17h.
Enquanto isso, a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos superou as expectativas em fevereiro, mas dados de meses anteriores foram revisados para baixo e houve aumento da taxa de desemprego e moderação dos ganhos salariais no mês passado indícios de algum afrouxamento do mercado de trabalho.
A economia dos EUA abriu 275 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, mostraram os dados do Departamento do Trabalho dos EUA.
Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 200 mil vagas em fevereiro, com estimativas variando de 125 mil a 286 mil.
Os dados de janeiro foram revisados para baixo, mostrando 229 mil empregos criados, em vez de 353 mil, conforme informado anteriormente.
“O dado de hoje nos traz uma sensação mista. Por um lado, a criação de vagas segue em ritmo forte, mas os dados (revisados e sobre salários) trazem um certo alívio em relação ao mercado de trabalho e ao crescimento dos salários”, disse Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research
“Diante do dado divulgado hoje, é provável que o Fed mantenha uma postura cautelosa na reunião do dia 19 e 20 de março. Os próximos dados serão importantes para compreender melhor a evolução da economia norte-americana.”
Até agora em março, o dólar mostra avanço de 0,20%, enquanto, no acumulado de 2024, a divisa tem alta de 2,68% frente ao real, em linha com um rali global do dólar no mesmo período.