Por Gustavo Chierighini, publisher da Plataforma Brasil Editorial.
Caro leitor, faz tempo que vivemos o cenário de escassez de talentos gerenciais e de gente competente para operar as empresas e seus negócios.
Reunir gestores dignos de nota e uma equipe brilhante tornou-se uma obsessão nas empresas que desejam se perpetuar, tornando estratégico o processo de seleção ou captação de novos quadros.
Liderança muito além dos diplomas
Neste cenário, existem alguns fatores de ordem comportamental que, invariavelmente, extrapolam a instrução formal – obtida em universidades, cursos técnicos e especializações.
Estes fatores estão muito mais relacionados ao campo das atitudes e talentos do que a métodos de ensino e conhecimento transferido de forma estruturada. Trata-se de um agregado raro de encontrar e que, muitas vezes, representa o “pulo do gato”, marcando o DNA sempre presente na maioria dos empreendimentos conhecidamente bem-sucedidos.
E para facilitar a identificação destes fatores subjetivos, seguem abaixo algumas características comuns a estes profissionais absolutamente especiais. Na sequência, vamos escrutinar alguns perfis dos quais devemos fugir.
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Perfis ajustados para uma boa performance
Quando encontrar alguém assim, traga para dentro:
- Eles são francos. Estas pessoas não estão lá muito preocupadas com o que você vai pensar de suas opiniões. Estão prontas para defendê-las e irão confrontá-lo com argumentos;
- Carregam autoconfiança. Cientes de sua capacidade, preocupam-se pouco em provar algo para alguém. No lugar disso, não se importam em recuar quando são vencidos nos seus argumentos, pois encaram isso com normalidade. Afinal de contas, podem mesmo ter errado em uma avaliação. Conhecedores do seu potencial, assumem desafios correndo os riscos do fracasso com a mesma naturalidade com que buscam o sucesso. Em meio a esse perfil, brota a criatividade;
- São sensatos e equilibrados. Apesar da agressividade em defender ideias e posições e da autoconfiança presente, sabem lidar com oposições;
- Possuem capacidade para o sacrifício. Estas pessoas não se importam em romper noites trabalhando, suportando cargas extenuantes de trabalho;
- São objetivos e organizados. Atuando de forma absolutamente focada, não perdem tempo com enrolação. Antes de agir, preparam minucioso planejamento;
- São bons de relacionamento. Longe do blábláblá reinante e dos clichês comportamentais corporativos, estas pessoas simplesmente sabem construir relações e atuar em conjunto. Respeitam adversários, gerenciam equipes de forma harmônica, edificam laços de confiança e fogem dos arroubos da vaidade. Essa atitude atrai não apenas bons resultados, mas evitam desnecessárias dores de cabeça, como por exemplo a alta rotatividade nas empresas;
- São céticos seletivos. Não se trata aqui de um comportamento onde a descrença seja sempre preponderante, mas estes profissionais possuem inteligência suficiente para entender que nem tudo merece crédito. Com senso crítico aguçado, questionam e realizam analises cuidadosas antes de firmar conceitos e assumir verdades absolutas;
- São apegados aos detalhes. São conscientes de que o papel aceita qualquer coisa e de que apenas pensar estrategicamente não basta para atingir resultados concretos. Sabem muito bem que uma boa liderança não se descuida dos detalhes e que é ali, às vezes em mínimas brechas, que a execução não ocorre e um projeto pode nunca deixar de ser apenas um sonho.
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O outro lado: quem você deve evitar
Eles desagregam equipes, provocam o afastamento de talentos e inibem uma dinâmica inovadora e estimulante.
Não estão realmente preocupados com o desempenho e mantém um conceito deturpado de boa performance. Com eles não há estresse criativo e eles enchem o ambiente de conflitos desnecessários.
Se você deseja empurrar a sua empresa ou projeto ladeira abaixo, corra atrás dos seguintes perfis:
- Confuso e enrolado. Conectado com as mais inovadoras formas de comunicação e interatividade, não consegue retornar ligações, e-mails e mensagens em tempo hábil ou razoável. Consegue se enrolar nas atividades compromissadas e traveste de criatividade aquilo que na realidade é pura confusão mental. Eles são contagiosos;
- Desorganizado. Um comportamento primo-irmão do anterior, mas que fragiliza a execução de ações planejadas;
- Inconstante. Aqui não se trata de confusão mental ou desorganização. A verdade é que aqui a ansiedade constante, a dificuldade de manter o foco e a falta de paciência fazem com que se desviem dos objetivos originais combinados. Quando você menos espera ou quando mais necessita do seu apoio, ele já está em “outra” (onde provavelmente não ficará por muito tempo também);
- Desonestos e não transparentes. Bem, aqui não há o que comentar (detesto platitudes nos meus textos);
- Excessivamente otimistas, megalômanos e ingênuos. A sua desconexão com a realidade faz com que exagerem na projeção dos resultados e tempo de maturação. É o tipo de colaborador que impossibilita projetos de médio e longo prazo, além de representar um risco permanente aos custos e despesas envolvidas por conta da megalomania. O excesso de otimismo mata qualquer operação;
- Enrolador convicto. Em geral atua com convicção e forte capacidade de persuasão para preservar sua condição “embromatória”. A sua falta de energia produtiva, acompanhada de total insegurança para tomar decisões e assumir riscos, acaba por forjar um comportamento dissimulador constante, confundindo o interlocutor ao longo dos processos de trabalho. São geralmente bem-humorados, sua apresentação pessoal é impecável e sorri com facilidade, sempre desarmando as constantes cobranças de seus pares, parceiros, subalternos e superiores. O problema é que nas suas mãos, projetos, acordos e negócios geralmente patinam, embora ofereçam a falsa imagem de movimento constante.
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Conclusão
É isso meus caros, estamos cansados de saber que não há sucesso sem gente capaz e sem bons líderes, assim como o fracasso é certo quando a empresa é tocada por pessoas sem capacidade.
Então, ao encontrá-los, não perca tempo, trazendo para dentro ou expurgando quando necessário. Até o próximo.