O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse nesta quinta-feira que a pasta não enxerga o tabelamento como forma de solucionar discussões sobre o patamar do juro rotativo do cartão de crédito e defende a autorregulação por parte do setor bancário sobre o tema.
“A Fazenda não vê o tabelamento de preço ou uma ‘canetada’ como solução para isso. Por outro lado, também é reconhecido pelos próprios agentes do mercado financeiro que o juros do cartão é um juros muito alto. Então, a solução de não ter rotativo e ter sim outra hipótese de parcelamento é sim uma boa saída”, disse Durigan em entrevista à GloboNews.
Questionado sobre por que bancos trabalhariam em uma autorregulamentação especificamente agora, o secretário destacou que a Fazenda, em conjunto com o Banco Central e o Congresso Nacional, tem reiterado de forma premente a necessidade de uma resolução sobre a questão, para evitar uma “solução ruim” por parte de uma das três instituições.
Mais cedo nesta quinta-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou que a solução das elevadas taxas de juros e de inadimplência do cartão de crédito no Brasil deve passar pela extinção do crédito rotativo. Hoje, os juros do rotativo estão em 437% ao ano, enquanto o parcelado do cartão está em 196% ao ano.