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Fazendas verticais: Universidade inaugura laboratório com tecnologias desenvolvidas pela Embrapa

E chama a atenção para o fato de que “embora o laboratório esteja fisicamente na UFV, trata-se de uma estrutura multiusuária e multidisciplinar

por Agência Gov
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A expertise da Embrapa Hortaliças com relação à produção de hortaliças em fazendas verticais ( Pesquisa desenvolve modelos para produção de hortaliças em fazendas verticais – Portal Embrapa ) foi a mola propulsora que resultou na instalação do Laboratório de Agricultura em Ambiente Controlado – LAAC, inaugurado no dia 17 de abril último na Universidade Federal de Viçosa (UFV) , com as presenças do reitor Demetrius Davi da Silva e do pesquisador Warley Nascimento, chefe-geral de Embrapa Hortaliças.

De acordo com o pesquisador Juscimar da Silva, da área de Solos e Nutrição de Plantas, que atua no Departamento de Solos da UFV desde 2022, a ideia inicial era replicar na universidade a tecnologia das fazendas verticais.

Nesse sentido, os avanços superaram as expectativas: os recursos utilizados foram oriundos principalmente de órgãos de fomento (FINEP/ CNPq/FAPEMIG) que possibilitaram a aquisição de uma plataforma de fenotipagem, para estudos do comportamento das plantas em diferentes condições ambientais.

“O LAAC foi idealizado a partir de dois projetos: no primeiro, construímos unidades de experimentação indoor contendo bancadas tecnológicas para oferecer uma estrutura de laboratório capaz de simular as condições climáticas das principais regiões produtoras do Brasil – assim, torna-se possível controlar as condições microclimáticas -, iluminação artificial, temperatura e umidade relativa, enfim qualquer condição de cultivo pode ser simulada nesse ambiente”, explica o pesquisador.

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Dentro de cada unidade indoor, segundo ele, foi configurado o segundo projeto, que é uma estrutura de fenotipagem composta por balanças de alta sensibilidade e diferentes sensores que alimentam um software, permitindo avaliar o comportamento das plantas quando expostas a condições adversas, principalmente os estresses abióticos – excesso de calor ou de frio, salinidade do solo e restrição hídrica. “Então, conseguimos modular esse ambiente e, por meio da fenotipagem, acompanhar o comportamento da planta”.

Particularidades

Nesse contexto, a estrutura conta com câmeras multiespectrais acopladas e que conseguem gerar imagens em tempo real do experimento e avaliar a reação da planta quando submetida a condições extremas. Silva exemplifica com o efeito do estresse provocado pela seca:

(Imagem: freepik/@freepik)

“A câmera registrará o padrão de comportamento dessa planta por meio da coloração que ela apresentar quando submetida a condições adversas – à medida que identificarmos o padrão de imagem associado ao nível de estresse aplicado será possível gerar um modelo matemático, colocar em um drone, sobrevoar a lavoura e recomendar, se for o caso, uma ação estratégica de mitigação, como a aplicação de algum produto”. 

Ciência compartilhada

A presença do pesquisador Juscimar da Silva na UFV é fruto de um convênio da Embrapa com a universidade envolvendo o apoio aos programas de pós-graduação.

Segundo o pesquisador Flávio Fernandes Júnior, chefe-adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Embrapa Hortaliças, com base nesse acordo Silva passou a atuar no campus de Viçosa, mais precisamente no Departamento de Solos, com o compromisso de desenvolver parcerias em projetos que atendam as demandas da Unidade.

“A partir da experiência da nossa equipe com cultivo em ambientes controlados, o pesquisador participou da construção desse laboratório e também da condução de projetos de pesquisa envolvendo hortaliças – experimentos já estão sendo conduzidos e novos projetos serão desenvolvidos com base nessa parceria”, sintetiza Fernandes.

Nessa linha, vale destacar as pesquisas em tecnologias de fertilizantes desenvolvidas em conjunto pelo pesquisador e o professor Edson Mattiello, chefe do Departamento de Solos (UFV), ambos integrantes da Rede de Pesquisa FertBrasil.

(Imagem: freepik/@freepik)

Para o professor, o LAAC abriga uma estrutura de pesquisa inédita e disruptiva cujo objetivo central será os estudos de mecanismos de ação de diferentes insumos gerados nas pesquisas públicas, bem como para parceiros privados que tenham interesse em conhecer como suas tecnologias atuam nas plantas.

E chama a atenção para o fato de que “embora o laboratório esteja fisicamente na UFV, trata-se de uma estrutura multiusuária e multidisciplinar, podendo ser acessada por diferentes parceiros internos e externos”. 

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