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Goldman Sachs golpeia Bitcoin no WSJ: 5 pontos da nova batalha

“Não acreditamos que o Bitcoin seja uma classe de ativos de investimento”, disse a diretora de investimentos do banco ao jornal

por Gustavo Kahil
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Em uma análise provocativa, Anthony Pompliano, criador da newsletter “The Pomp Letter”, confronta diretamente as recentes declarações de Sharmin Mossavar-Rahmani, diretora de investimentos do Goldman Sachs, sobre o Bitcoin (BTCUSD).

Suas palavras surgem como uma resposta ao artigo do Wall Street Journal desta terça-feira (2) intitulado “Bitcoin Is Soaring This Year. Goldman’s Crypto Skeptic Isn’t Biting“, que destaca a visão cética de Sharmin sobre o investimento em criptomoedas.

“Não acreditamos que seja uma classe de ativos de investimento”, disse ela em entrevista, comparando o recente entusiasmo pelas criptomoedas à mania das tulipas dos anos 1600. “Não acreditamos em criptomoedas.”

Gigantes de Wall Street, como BlackRock e Fidelity, adotaram o bitcoin e lançaram ETFs que tornam mais fácil para os investidores comuns investirem nele. Apesar disso, Mossavar-Rahmani parece não estar nem aí.

Segundo o WSJ, a visão da executiva é baseada no fato de que é quase impossível avaliar com precisão as criptomoedas, que não produzem lucros, fluxo de caixa ou dividendos. “Se você não pode atribuir um valor, como pode ser otimista ou baixista?” ela pergunta, retoricamente.

Sharmin Mossavar-Rahmani, diretora de investimentos do Goldman Sachs
Sharmin Mossavar-Rahmani, diretora de investimentos do Goldman Sachs (Imagem: Stevens Institute of Technology)

Pompliano questiona a abordagem de Sharmin, em especial ao Bitcoin. “As perguntas sobre o valor e o momento de saída que Sharmin faz são pertinentes a qualquer classe de ativos, mas parecem deslocadas quando aplicadas a uma moeda nativa”, ele explica, destacando a dificuldade em quantificar o valor de uma moeda digital, que ele considera a “moeda nativa da internet”.

Não é uma classe de ativo?

Sobre a afirmação de Sharmin de que o Bitcoin “não é uma classe de ativo de investimento”, Pompliano expressa um forte desacordo.

“Considerar que um mercado de U$ 2,5 trilhões, atraindo bilhões de dólares em investimentos institucionais, não representa uma classe de ativo é ignorar a realidade do mercado atual”, argumenta ele, criticando a postura de Sharmin como desconectada da realidade financeira.

Valuation do Bitcoin

Pompliano também refuta a ideia de que as criptomoedas são desafiadoras para avaliar por não gerarem lucros, fluxo de caixa ou dividendos tradicionais. Ele aponta para os ganhos e o fluxo de caixa gerados coletivamente pela rede descentralizada do Bitcoin, além de mencionar protocolos de blockchain que permitem o staking como formas de rendimento, desmantelando a visão de Sharmin sobre a valoração de criptomoedas.

Atividades ilegais

Contrapondo-se à preocupação de Sharmin sobre criptomoedas facilitando crimes, Pompliano apresenta dados para minimizar essa questão.

“Menos de 0,5% de todas as transações de cripto são ilegais, uma taxa significativamente menor do que transações realizadas com moedas fiduciárias”, afirma, argumentando que a natureza pública dos ledgers de blockchain na verdade auxilia na fiscalização de atividades ilícitas.

Volatilidade

Por fim, Pompliano aborda a volatilidade do Bitcoin e a alegação de que a indústria de criptomoedas “não cria valor de forma alguma”.

Ele contesta essa visão, citando a apreciação do poder de compra do Bitcoin em comparação com a desvalorização do dólar americano, além de apontar para o valor substancial criado pela indústria de criptomoedas, seja por empresas públicas ou volumes de transação de stablecoin.

Lado errado da história?

Pompliano conclui sua resposta com uma reflexão sobre a resistência do sistema financeiro tradicional à inovação representada pelas criptomoedas. “Estamos testemunhando o último suspiro de um sistema financeiro tradicional defasado”, ele observa, sugerindo que figuras respeitadas como Sharmin Mossavar-Rahmani podem, no final, encontrar-se do lado errado da história na transição para um sistema financeiro digitalmente nativo.

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