O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta quinta-feira, descolado de Wall Street, com as ações da Petrobras (PETR4) entre as maiores pressões de baixa, enquanto Cogna (COGN3) desabou quase 12% após reportar prejuízo no quarto trimestre do ano passado.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,75%, a 128.158,57 pontos. Na máxima do dia, chegou a 129.555,91 pontos. Na mínima, a 128.092,84 pontos.
O volume financeiro somou 21,6 bilhões de reais.
Investidores também repercutiram decisão do Banco Central, da véspera, de reduzir a Selic a 10,75%, conforme previam economistas, e mudar sua orientação futura, sinalizando mais um corte de 0,50 ponto percentual apenas na próxima reunião.
Desde agosto, quando o BC deu início a uma sequência de cortes de 0,5 ponto na Selic, a autarquia afirmava que antevia reduções equivalentes “nas próximas reuniões”, no plural, em se confirmando o cenário esperado. Agora, optou pelo singular.
“O comitê, com razão, optou por encurtar a sua prescrição futura em meio a mais incertezas”, afirmaram economistas do Itaú Unibanco chefiados pelo ex-BC Mario Mesquita, referindo-se ao Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
“Por enquanto, vemos a taxa Selic em 9,25% ao ano até o final de 2024. Mas saberemos mais sobre o racional do Copom com a divulgação da ata da reunião na terça-feira, 26 de março”, acrescentaram em comentário a clientes.
Na contramão, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em alta de 0,32%, ainda embalado pelas sinalizações do Federal Reserve na véspera e desempenho robusto de papéis de tecnologia.
O rendimento de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos marcava 4,2709% no final da tarde, de 4,271% na véspera.
Destaques
Petrobras (PETR4) recuou 2,72%, a 35,70 reais, em dia de fraqueza do petróleo no exterior e ainda fragilizada pelos ruídos desencadeados com a decisão envolvendo dividendos extraordinários. A estatal recebeu as indicações da União e de acionistas minoritários para o conselho de administração.
Cogna (COGN3 desabou 11,90%, a 2,37 reais, após prejuízo líquido ajustado de 373,6 milhões de reais no quarto trimestre do ano passado, revertendo lucro líquido de 76,15 milhões de reais um ano antes, em desempenho afetado por efeito tributário. No setor, Yduqs (YDUQ3) caiu -2,75%.
Petz (PETZ3) perdeu 2,61%, a 4,86 reais, em dia de ajustes, após forte valorização desde o mês passado. Mais cedo a companhia disse que o fundador e presidente-executivo da companhia, Sergio Zimerman, aumentou sua participação na rede de varejo de produtos e serviços para animais.
LWSA (LWSA3) subiu 1,85%, a 6,05 reais, em meio à repercussão positiva dos números do quarto trimestre da companhia, que mostrou aumento de 41,5% no resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado.
A companhia também afirmou que teve um bom “booking”, com “muita loja nova”, em janeiro.
Allos (ALOS3) recuou 0,97%, a 24,63 reais, mesmo após aumento de 30,5% no lucro líquido no quarto trimestre do ano passado.
A companhia ainda divulgou previsões e revisou a projeção de sinergias com a união entre BrMalls e Aliansce Sonae a 210 milhões de reais anuais até o final do ano de 2028.
Vale (VALE3) fechou em baixa de 0,24%, a 61,66 reais, revertendo a alta de parte da sessão, quando chegou a 62,63 reais, seguindo os futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 2,72%.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedeu 1,03%, a 34,44 reais, enquanto Bradesco (BBDC4) caiu 1,12%, a 14,14 reais.
Vivara (VIVA3) despencou 7,88%, a 24,65 reais, após resultado com alta na receita líquida no último trimestre do ano passado, mas piora em margens, enquanto permanecem dúvidas sobre a recente troca no comando. Desde o anúncio da substituição do CEO, no final da última sexta-feira, o papel perdeu quase 20%.