O Ibovespa (IBOV) recuava nesta terça-feira, com agentes financeiros preocupados com o cenário fiscal doméstico e no aguardo por falas de dirigentes do Federal Reserve em busca de novos sinais sobre os próximos passos do banco central norte-americano.
Às 10h58, o Ibovespa caía 0,97%, a 124.120,23 pontos. O volume financeiro somava 4,88 bilhões de reais.
No exterior, o retorno do Treasury de 10 anos marcava 4,6695%, enquanto o S&P 500, uma das principais referências do mercado acionário norte-americano, operava próximo da estabilidade.
Os investidores seguem à espera de falas de dirigentes do Fed e do próprio chair, Jerome Powell, durante a tarde, que podem exercer influência sobre os ativos no Brasil.
“A economia dos Estados Unidos continua se mostrando extremamente resiliente e cada vez mais a gente vê o mercado adiando as perspectivas para um início de corte de juros”, destacou o analista João Vitor Freitas, da Toro Investimentos.
Dados fortes do varejo norte-americano na segunda-feira reforçaram a percepção de que o Fed não deve se apressar para reduzir os juros este ano.
Na cena doméstica, ainda pesa proposta de mudança nas metas fiscais, que prevê superávit primário zero para 2025, em vez de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.
Na visão do analista da Buena Vista Capital, Renato Nobile, essas questões fiscais e uma percepção de falta de compromisso por parte do governo brasileiro com a contenção de gastos tem pressionado negativamente o sentimento do mercado.
Destaques
Vale (VALE3) caía 1,52%, a 61,05 reais, com os preços futuros do minério de ferro na China quebrando série de altas e caindo nesta terça-feira.
O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações diurnas com queda de 1,49%, a 826 iuans (114,10 dólares) a tonelada. A mineradora divulga após o fechamento dos mercados relatório de vendas e produção do primeiro trimestre.
Petrobras (PETR3) desvalorizava-se 0,68%, a 40,61 reais, em dia misto para os preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent mostrava declínio de 0,13%, a 89,98 dólares.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedia 1,1%, a 31,56 reais, e Bradesco (BBDC4) caía 0,5%, a 13,93 reais, ambos a caminho do quinto pregão consecutivo de queda, pressionados pelo avanço das taxas futuras de juros no Brasil.
Eletrobras (ELET3) recuava 0,6%, a 38,26 reais. De pano de fundo, notícia do jornal O Globo de que o governo federal acredita estar muito próximo de um acerto com a Eletrobras que vai aumentar o poder da União na companhia, com expectativa de um anúncio possa ser feito até maio.
MRV (MRVE3) era negociada em baixa 2,65%, a 6,24 reais, acompanhando o índice do segmento imobiliário na B3, que cedia 1,91%.
O grupo divulgou na véspera prévia operacional do primeiro trimestre, com vendas que somaram 2,1 bilhões de reais em valor geral de venda (VGV) no segmento de incorporação, alta de 18,4% ano a ano, e lançamentos que totalizaram 1,6 bilhão de reais em VGV, salto de 150% na mesma comparação.
No setor, Cyrela (CYRE3) caía 2,76, a 20,76 reais.
B3 (B3SA3) perdia 2,26%, a 11,22 reais, após reportar na véspera dados operacionais de março que mostraram queda de 7,2% no volume financeiro médio negociado no segmento de ações na comparação com o mesmo período do ano passado.
Nesta terça-feira, a operadora da bolsa divulgou segunda prévia da carteira do Ibovespa, que entra em vigor a partir de 6 de maio.
Casas Bahia (BHIA3) subia 1,51%, a 6,71 reais, após encerrar com declínio na véspera, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) recuava 4,58%, a 1,46 real.