O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta segunda-feira, enfraquecido principalmente pelo declínio de mais de 3% das ações da Vale (VALE3), acompanhando o tombo dos preços do minério de ferro no exterior, enquanto Petrobras (PETR4) continuou no radar, com investidores ainda avaliando os riscos envolvendo a estatal após decisão da companhia sobre dividendos extraordinários.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,75%, a 126.123,56 pontos. Na máxima do dia, chegou a 127.067,97 pontos. Na mínima, a 126.065,16 pontos. O volume financeiro somou 25,6 bilhões de reais.
Na visão do CEO da Box Asset Management, Fabrício Gonçalvez, o desempenho da bolsa brasileira neste começo de semana reflete uma atmosfera de cautela e ajustes, com agentes financeiros também no aguardo de dados de inflação nos Estados Unidos. Na terça-feira, está previsto o índice de preços ao consumidor de fevereiro.
Na quarta-feira, é a vez do índice ao produtor.
Gonçalvez também chamou a atenção para a expectativa em torno de reunião do CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como mais um componente influenciando os negócios, mas ressaltou, contudo, que o Ibovespa registrou “movimentos mais contidos e dentro de um ´range´ de preços relevante”.
Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, terminou com variação negativa de 0,11% antes dos dados de inflação ao consumidor, que podem ajudar a dar novas pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve, principalmente o início dos cortes de juros na maior economia do mundo.
Destaques
Vale (VALE3) caiu 3,11%, a 63,96 reais, contaminada pelo declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações do dia com recuo de 5,41%.
A mineradora também divulgou no final da sexta-feira que o presidente Eduardo Bartolomeo manterá seu cargo até o final de dezembro deste ano.
No setor, CSN Mineração (CMIN3) cedeu 2,86%.
Petrobras (PETR4) recuou 1,30%, a 35,65 reais, fracassando em confirmar a tentativa de recuperação registrada em parte da sessão, quando chegou a subir a 37,74 reais. Investidores continuaram avaliando os potenciais riscos após decisão da estatal sobre dividendos extraordinários, e não ajudou o presidente Lula afirmar que a Petrobras não tem de pensar apenas nos seus acionistas, defendendo que recursos destinados a dividendos sejam transformados em investimentos.
Antes da divulgação das declarações de Lula em entrevista ao SBT, o CEO da estatal, Jean Paul Prates, disse que a proposta feita pela diretoria para distribuir 50% dos volumes possíveis de dividendos extraordinários referentes a 2023 ainda está na mesa e poderia ser aprovada em assembleia de acionistas prevista para abril.
Prates, Lula e o ministro Fernando Haddad ainda estavam reunidos em Brasília quando a bolsa fechou.
3R Petroleum (RRRP3) avançou 2,94%, a 29,09 reais, e Petroreconcavo (RECV3) subiu 1,50%, a 21,69 reais, ainda beneficiando-se das avaliações sobre Petrobras.
Prio (PRIO3), que também divulgou balanço na sexta-feira à noite, assim como relatório de reservas, encerrou com variação positiva de 0,45%, a 44,90 reais.
Braskem (BRKM5) registrou elevação de 1,49%, a 20,45 reais, experimentando alguma recuperação após perder quase 8% na semana passada.
Na terça-feira, a pauta da CPI da Braskem, sobre as questões relacionadas ao afundamento de solo em bairros de Maceió, inclui o depoimento do diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa.
Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 0,50%, a 34,27 reais, e Bradesco (BBDC4) subiu 0,58%, a 13,92 reais, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) cedeu 1,00%, a 57,23 reais, afetado pelo aumento de preocupações envolvendo estatais após decisão da Petrobras sobre dividendos.
IRB (IRBR3) cedeu 5,05%, a 40,64 reais, refletindo ajustes, após avançar mais de 10% na semana anterior.