O que é melhor: financiar ou investir? “Ah Navarro, que pergunta”. Ué, se a pergunta é tão óbvia por que é que vejo tantas pessoas por ai financiando quase tudo que encontram pela frente? Humm, parece mais um caso “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, típico quando o assunto é dinheiro. Temos muitos gênios do dinheiro por ai, mas isso eu já falei em outro artigo. Aqui a questão é puramente matemática.
Uma simples análise será o meu plano didático. A regra para o exemplo é simples: poupar e investir o valor equivalente às prestações e analisar em quanto tempo é possível ter o dinheiro para compra do que você deseja. Assim você vai notar quanto a mais você pagaria se optasse por um financiamento. É algo tão fácil de fazer que você vai ficar com vergonha da preguiça que surge nessas horas.
Se você quer comprar uma TV que custa R$ 2000,00 (à vista) e não tem o dinheiro todo, o que você faz? Vai pelo conhecido caminho das “suaves prestações” certo? Ótimo. A loja oferece o pagamento em 12 prestações de R$ 230,00. O valor total a pagar já saltou para R$ 2760,00 ao final dos 12 meses. Partindo do óbvio pressuposto de que se você tem o dinheiro para pagar as prestações, então tem o dinheiro para poupar, vamos para uma nova tentativa.
Experimente colocar estes mesmos R$ 230,00 todo mês na Caderneta de Poupança. Supondo um rendimento mensal de aproximadamente 0,5%, em 9 meses você terá R$ 2.111,89. Dinheiro suficiente para comprar a TV à vista. E este preço ainda pode ser negociado. O que vai ser? A birra para ter tudo agora (pagando caro) ou a inteligência e paciência (pagando o justo) para ter tudo um pouquinho depois?
Mas e as tais prestações sem juros? Isso só existe nos seus sonhos e no papo do vendedor. Se o produto anunciado tem seu valor parcelado igual ao valor à vista, isso significa que os juros já fazem parte do preço. Pagar à vista ou a prazo significa mais dinheiro nos cofres da loja e mais um ótimo cliente no cadastro. “Se o preço é igual, então não é melhor pagar parcelado”? Claro que não. O ideal é negociar o valor à vista do bem, tirando os juros embutidos e garantindo um bom desconto. E lembre-se de forçar até chegar ao gerente, onde o preço começa a ficar bom.
Escuto sempre desculpas esfarrapadas, tipo “juntar dinheiro é difícil”, ou ainda “preciso disso agora”. Alguma delas faz sentido pra você? Quando ouço isso, imagino a pessoa dizendo: “trabalhei duro este mês, mas eu gosto daquela loja e vou ajudá-los dando uma boa parcela da minha grana pra que eles possam crescer mais”. Bullshit. E se a loja não conceder nenhum desconto à vista, agradeça e saia de mãos abanando. Procure um pouco mais. Seu bolso agradece.