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O CDB contra-ataca. E com força!

by Conrado Navarro
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Juros e TaxasMarcelo escreveu: “Olá Navarro. Continuo leitor assíduo do seu blog e como sempre encontro ótimas leituras por aqui. Estou com uma dúvida e gostaria de sua ajuda. Observando a tabela de rentabilidade dos fundos Bradesco, observei que os fundos de renda fixa estavam rendendo mais que os DI por um longo período, mas no último mês e no início deste os DI estão na frente. Para uma aplicação que vá ficar um bom tempo (mais de 2 anos, quando o IR fica em 15%), qual dos dois (Renda Fixa ou DI) eu deveria escolher no momento? Muito obrigado e um grande abraço. OBS: A taxa de administração dos dois que eu vi é a mesma, 1,5%”.

Marcelo, obrigado pelas palavras e por sempre acessar, ler e comentar os artigos do Dinheirama. É um prazer poder colaborar. Fico feliz que esteja preocupado com algumas decisões relativas ao seu patrimônio. De uma forma geral, tanto fundos DI quanto fundos de renda fixa miram uma rentabilidade próxima à taxa básica de juros (Selic). A diferença é simples: um fundo DI aplica em títulos públicos pós-fixados enquanto que um fundo de renda fixa investe em títulos prefixados. Por que você não considerou o CDB? Ele vem ai…

Fundos DI x Renda Fixa. Quem vence?
Para mim, nenhum dos dois. Há ocasiões em que um pode ser mais interessante que o outro, mas em economias onde as taxas de juros são baixas (ou decrescentes) e há uma política monetária inteligente e austera, não haverão significativas diferenças de performance entre estes dois “concorrentes”. Está certo que alguns tipos de fundos de renda fixa também investem em papéis privados ou operam alavancados, o que pode aumentar sua rentabilidade. No âmbito geral, ambos apresentam características de retorno semelhantes, risco baixo e compartilham das regras para o IR.

A taxa de administração faz diferença
Observar a caderneta de poupança rendendo mais que alguns fundos DI ou de renda fixa tem se tornado uma cena comum. Esse fenômeno (ou seria reflexo?) está diretamente relacionado com a taxa de administração cobrada pelos bancos e gestores. A poupança não possui taxa de administração nem sofre com a cobrança de IR. Se um fundo de renda fixa render 11% a.a. e sua taxa de adm. for de 1,5%, seu rendimento real será de 9,5% onde ainda incidirá cobrança de IR, na figura do conhecido “come-cotas”.

E o CDB?
Seu surgimento com mais força dá-se por uma razão muito simples: como os bancos estão aumentando as ofertas de crédito, eles precisam do dinheiro para emprestar. O montante amealhado através dos CDBs pode ser livremente utilizado para estes fins, diferente do que acontece com a caderneta de poupança. Neste último caso, os bancos precisam destinar 65% dos recursos para o financiamento de imóveis.

Como acontece com a caderneta de poupança, os CDBs também contam com garantia por parte do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que repõe perdas de até R$ 60 mil em caso de quebra do banco. O mesmo não acontece com os fundos DI ou de renda fixa. Além disso, a favor do CDB está a forma de cobrança do IR, que só é realizada no vencimento ou quando um resgate antecipado é realizado.

E a rentabilidade dos CDBs?
Os CDBs pagam, em média, 8% ao ano mais a TR. De novo, faça a conta dos fundos e suas taxas de administração e pode perceber que alguns CDBs são alternativas interessantes. É importante que você procure por rentabilidades próximas ao índice CDI. Costumo orientar os leitores para que procurem por produtos com CDBs que rendam de 85% a 95% do CDI.

Fique atento também aos tipos de CDBs oferecidos. Eles podem ser prefixados ou pós-fixados. Além disso, alguns produtos ainda podem oferecer liquidez e rentabilidade diárias (não há data-aniversário) ou remuneração crescente (mais tempo = mais rentabilidade). Na dúvida, pergunte!

Sendo algo tão interessante pra nós, como é que os bancos ganham dinheiro com os CDBs?
Essa é fácil. Ele te oferece em média 10% ao ano pelos CDBs e empresta seu dinheiro a 10% ao mês para os que gostam do cheque especial, por exemplo. Da mesma forma que há gente interessada em rendimentos, há gente interessada em empréstimos. Se o banco empresta cobrando mais do que oferece, está respondida a pergunta. Não se iluda muito com os “excelentes produtos” que os gerentes lhe oferecem. Na dúvida, pergunte a eles: “Excelentes para mim ou para vocês”?

Como eu encontro esses CDBs?
Os bancos normalmente nomeiam os CDBs de forma a associar sua imagem ao ato de poupar. Em resumo, basta que você peça para o gerente especificar produtos com CDBs e ficar atento ao cálculo de sua rentabilidade em comparação ao CDI, como comentei no parágrafo anterior. Alguns exemplos são: Bradesco HiperPoup (rendeu 10,34% nos últimos 12 meses), Itaú Super Poupança (rendeu 10,81% em 12 meses) e Unibanco SuperPoupe (rendeu 10,24% em 12 meses).

Marcelo, sei que agora “compliquei” um pouquinho mais sua dúvida. Mas foi com a melhor das intenções, juro! Agora passe a considerar também o CDB e fique esperto com a conta rentabilidade x taxa de administração x IR x tempo. Um pouquinho de matemática e de pesquisa certamente facilitarão seu trabalho. Espero ter realmente ajudado.

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