Iniciarei meu artigo de hoje citando algo que muitos leitores já comentaram aqui no Dinheirama: “a atitude mais arriscada que você pode adotar em sua vida profissional (e pessoal) é a de simplesmente se acomodar”. Vou dividir com você uma parte da minha história para que este conceito fique um pouco mais claro. Tudo começa quando, ainda pequeno, eu era um garoto tímido que passava, em muitos momentos, despercebido em relação às outras pessoas.
Embora hoje eu já tenha alterado essa característica, cresci um adolescente tímido – o que realmente me incomodava, simplesmente pelo fato de saber que perdia muito “ficando na minha”. E é isso que acontece com muita gente: oportunidades são perdidas porque elas simplesmente ficam inertes, paradas e sem atitude. Ah, sim, minha história...
A disciplina
Com consciência disso, quando adolescente passei a me disciplinar para que a todo momento em que eu percebesse que estava tímido, tentasse me comportar de forma diferente, falando e interagindo mais com as pessoas. Pensando no lado profissional, sempre me questionava: como é que eu conseguirei negociar bem se não sei nem conversar direito com um desconhecido? Aprendi que uma boa negociação exige treino – ou, no mínimo, observação.
Agora pensando em algo mais abrangente: imagine-se em uma entrevista profissional; como mostrar a um headhunter que você é comunicativo e que sabe liderar uma equipe, se você não sabe se expressar nem mesmo em sua vida cotidiana? Ah, estas perguntas martelavam minha cabeça. Disciplinar-se a mudar e a ser melhor realmente exige dedicação, como relatou um de nossos leitores, com o seguinte comentário:
“Acho a disciplina a maior dificuldade no crescimento profissional. Mesmo sabendo o que é necessário fazer para podermos crescer, se não entrarmos de cabeça e, assim, não desistirmos, nunca alcançaremos nossos objetivos”
E você, concorda com isso? Como você se disciplina a alcançar os seus objetivos?
Acredito que somos o resultado de uma sucessão de acontecimentos e de escolhas, feitas ao longo de nossas vida. Portanto, se ainda dá para escolher – e sempre dá –, faça escolha e mude para melhor. Não se acomode ou apenas aceite a vida seguindo o lema “eu sou assim e esse é o meu jeito”. Você não é vítima. Não pode ser.
Em nossa vida profissional e pessoal nos deparamos, com certa normalidade e freqüência, com a clássica questão filosofal: “e agora, o que fazer?”. Isso geralmente acontece por distintos e infinitos motivos – quer por falta de pessoal competente, quer por uma falha de procedimento, baixa auto-estima etc. Esse é justamente o momento em que a sua disciplina tem de começar a aparecer. Que atitude você esperaria de um empreendedor nesse momento?
Discipline-se a agir em todo o momento em que alguém estiver sem uma solução. Claro que a solução não precisa ser você. Apenas agindo, isto é, se esforçando, a solução pode vir também de você, através de um contato que você tenha ou pelas dicas extraídas de uma matéria que você leu na internet. Ou, porque não, de uma rápida e simples pesquisa no Google que você se prontificou a realizar. Então, conclui-se, para empreender e ir além da expectativa você tem que se testar e “dar a cara a tapa”! Vou ilustrar essa situação com uma história, ok?
Organizar eventos foi uma das minhas atividades no ano de 2008. Especialmente em um deles tivemos a idéia de fazer um debate entre empreendedores da região, de segmentos de atuação distintos, que foram bem sucedidos ao acreditarem em suas idéias. Às vésperas do evento, recebi a noticia de que o moderador do debate não poderia comparecer. Posteriormente, durante a reunião, ouvi aquela famosa frase ecoando pelo escritório: “E agora?”.
Seja sincero e reflita: qual seria a sua reação neste momento, realizando um evento de grande importância para você? Você tem poucas horas para o debate e está aparentemente sem alguém para decidir a situação. Ao ouvir isso, meu detector de “E agora?” foi ativado. Vislumbrei que essa era uma ótima oportunidade para continuar vencendo a minha timidez, para melhorar a minha fala em público, além de eu ter a chance de discutir sobre inovação e empreendedorismo com dois amantes dessas realidades.
No mesmo momento, apertei os cintos e afirmei que seria eu o moderador. Obviamente que ficar ao púlpito do auditório, com dezenas de pessoas assistindo por algumas horas, não seria fácil para alguém que ainda estava deixando a timidez de lado. Pensei em desistir, mas segui em frente com a minha decisão. Afinal, quem não pensa duas vezes quando está com o “pé atrás”? Mas o importante era acreditar. E acreditei.
“Se você pode sonhar com algo, pode fazê-lo”
E, assim, tudo se sucedeu muito bem, os empresários agradeceram a oportunidade e elogiaram a nossa organização. A equipe me parabenizou pelo meu comportamento durante o debate e pela minha iniciativa. Por fim, fiquei muito grato com a oportunidade que a equipe de eventos me concedeu e também porque estava conseguindo vencer a minha timidez e praticar a pró-atividade. O que quero dizer com tudo isso é que, diante de qualquer problema, você pode mesmo ser a solução.
“Se você quer ser um empreendedor, primeiro aprenda a pensar como um”
Aguardo sua crítica ou comentário. Quer compartilhar conosco algum momento em que se considerou reativo ou pró-ativo, e como isso fez diferença em sua vida? O espaço de comentários está aberto e pronto para o debate. Até a próxima.
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Bruno Biscaia já atuou nos setores de Marketing de Eventos e de Planejamento e Controle da Produção. É estudante de Engenharia de Produção Mecânica na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e edita a seção de Empreendedorismo do Dinheirama.
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