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3 Maneiras de Fazer do Dinheiro um Aliado da Felicidade

by Conrado Navarro
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Janaína comenta: “Navarro, comigo acontece algo que você sempre diz: dinheiro é sinônimo de problema, de dor de cabeça e endividamento. Logo, tudo que envolve finanças parece pesado, ruim e negativo. Não consegui encontrar o equilíbrio financeiro, por isso envio esta mensagem. O que posso mudar em mim para começar a mudança no orçamento que tanto preciso? Obrigada”.

Há uma confusão muito comum em relação ao papel do dinheiro. É verdade que ele existe para ser gasto, como gostam de dizer muitos especialistas, mas isso não significa que ele deve ser desperdiçado. Acumular coisas para ostentá-las é bem diferente de fazer uso inteligente dos recursos financeiros visando qualidade de vida e realização pessoal.

Trabalhamos (muito!) e em troca desse esforço recebemos dinheiro, que será trocado por produtos, serviços e também usado para investimentos. Assim, acredito que faz sentido associar nossa capacidade financeira também à construção das condições para mais felicidade familiar e tranquilidade.

3 maneiras de fazer do dinheiro um aliado da felicidade

Andei pensando, lendo muito e praticando exercícios sobre como lidamos com a felicidade, algo bastante subjetivo e pessoal, e entendi que para enxergar o dinheiro como um instrumento dentro desta busca devemos reforçar mais nossa capacidade de dialogar, nossa definição de prioridades e nossas aspirações.

Em resumo, creio ser mais produtivo dissociar a felicidade de conquistas materiais, preferindo as experiências vividas ao lado das pessoas que amamos e as aspirações ligadas à realização pessoal.

Faço um resumo abaixo das maneiras que encontrei para relacionar dinheiro e felicidade de uma forma interessante. Acho que o leitor ciente de seu potencial precisa:

1. Definir melhor o que quer

Não tenho nenhuma vergonha de dizer que fiz terapia por muito tempo. Quando ainda tenho alguma dúvida sobre os caminhos a escolher e sobre as mudanças que preciso implementar, volto ao divã. Procuro me conhecer bem, cada vez melhor, mas simplesmente para aceitar quem eu sou e minhas decisões.

O dilema de encontrar o que gostamos de fazer e definir aquilo que queremos ser será sempre assustador. Em muitos casos, porém, além de assustador, ele é também paralisante – e quem fica “travado” na sua própria busca por sentido costuma ser displicente com o dinheiro.

Onde você quer chegar? O que você deseja ser? Que tipo de vida você pretende levar? Quais são os seus sonhos? Ou são delírios? Definir melhor o que se precisa e deseja facilita a determinação das prioridades. Sim, isso é tudo muito dinâmico, mas precisa ser objeto de questionamentos e ações.

Não estranhe essa conversa de consultório psiquiátrico. A relação com o dinheiro é bem simples e direta: ao descobrir o que você gosta e as razões para lidar melhor com seus objetivos, você usará seu dinheiro para realizações íntimas, deixando a necessidade de ostentar e competir com a sociedade um pouco de lado.

Quer um exemplo? Há quem não se importe com o último modelo de carro e prefere viajar com a família e fazer programas culturais. No entanto, muitas destas pessoas têm um carro do ano na garagem porque são “cobradas” socialmente por isso (“Você ocupa esse cargo e anda nesse carro velho?”). O resultado é que sobra pouco ou nenhum dinheiro para o que realmente interessa: viagem e cultura.

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2. Errar sem julgamento e assim perdoar a si mesmo

É natural que na vida tomemos muitas decisões erradas ou que mesmo escolhas certas (para um dado momento e contexto) resultem em consequências indesejadas ou resultados inesperados. O sucesso “da noite para o dia” é fruto de muitos anos de trabalho e tentativas.

Para o erro, portanto, existem duas reações possíveis (cada qual com suas consequências):

  • Indignação infantil, em que preferimos ficar procurando culpados e apontando o dedo em vez de reagir e aprender. Para estas pessoas, o fracasso é sinal inequívoco de falta de capacidade, de incompetência. Aqui, errar é quase imperdoável;
  • Resiliência, que se resume em olhar a situação com humildade, procurando entender o que deu errado para aprender com o fracasso. Para estas pessoas, o fracasso é temporário e parte de uma história de vida que não terminou, ou seja, trata-se de uma etapa, nunca o fim. Aqui, errar faz parte.

Esse item é fundamental para permitir que o dinheiro construa a felicidade na medida em que valoriza a humildade necessária para lidar com as perdas e fracassos, o que tira de cena nosso ímpeto de julgar os demais e não perdoá-los (assim como a nós mesmos). Essa leveza tira o foco do material e dá fôlego para as prioridades pessoais e familiares.

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3. Aprender a lidar com as frustrações

Tudo que dá errado, demora para acontecer (ou simplesmente não acontece) e sai diferente do planejamento inicial gera frustração. É algo diferente do fracasso porque trata-se de um sentimento vivido em situações mais corriqueiras e geralmente enquanto o fracasso ainda não é nítido ou declarado.

Ansiedade, angústia, palpitação e até depressão são efeitos colaterais comuns de quem se deixa abater pela frustração. Há quem deixa de insistir nos seus sonhos ao menor sinal de dificuldades e logo entra na fase mais perigosa proporcionada pela frustração: a dúvida em relação às próprias capacidades.

As coisas vão dar errado. Ou, se preferir, sempre existirá alguém mais feliz, mais rico e mais talentoso que você. Não adianta, é impossível ter tudo que você deseja e sonha, e o crédito caro só torna essa busca mais perigosa – o endividamento por aqui causa estragos familiares por vezes irreversíveis.

O que as frustrações têm a ver com dinheiro e felicidade? Simples: aquele que tem prioridades claras e um ambiente familiar saudável, com diálogo e controle, aprende a conquistar seus sonhos (não confunda com delírios) de forma planejada, a partir do esforço próprio de trabalho, poupança e investimento.

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Conclusão

Você pode contar com o seu dinheiro para ter mais qualidade de vida e realização pessoal, aspectos essenciais dentro de qualquer contexto de felicidade. Essa escolha, no entanto, não tem tanto a ver com o valor do seu salário, mas com as suas prioridades e com o sentido que você dá ao seu bolso.

Tudo isso resulta em uma constatação: aquelas pessoas que menos falam sobre coisas e dinheiro e suas particularidades são as que mais o aproveitam para realizar metas e objetivos pessoais. Valide essa realidade conversando com gente feliz e bem-sucedida que você admira.

Fica o convite para uma reflexão mais profunda sobre você, seus anseios e seu atual modo de lidar com o fracasso e a frustração. Essa busca interior vai surpreendê-lo e, de certa maneira, despertá-lo para o que realmente interessa: a jornada, e não o fim. Um abraço e até a próxima.

Foto “Hapiness”, Shutterstock.

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