O aniversário do real no início do mês se desdobrou em muitas reflexões sobre os últimos 20 anos e, como era de se esperar, o desempenho dos investimentos neste período.
Do ponto de vista de produtos de renda fixa e da poupança, com base nas várias matérias publicadas em diferentes jornais e revistas, escrevi este post com as razões que fazem os produtos de renda fixa serem melhores do que a poupança e terem rendido mais.
A poupança é o investimento mais conhecido no país e possui seus méritos. É uma aplicação de fácil acesso, já que é oferecida por todos os bancos, e é muito fácil transferir recursos da conta corrente para ela.
Ainda é garantida pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) e tem liquidez diária. Todavia, os produtos de renda fixa possuem mais vantagens que vou detalhar abaixo:
1. Melhor rentabilidade
A rentabilidade é a principal vantagem. Durante os últimos 20 anos, os investimentos em renda fixa, representados pelo CDI, que é o benchmark de referência desta classe de ativos e da poupança, registraram ganhos reais acima de 600%, enquanto a poupança rendeu em termos reais 103,2%.
Se ponderarmos que o IPCA, índice oficial de inflação do país, não reflete totalmente a alta de preços dos orçamentos das famílias, os ganhos reais foram mais baixos, o que torna o resultado da poupança ainda pior.
A redução das taxas de administração dos produtos de renda fixa contribuiu para alcançar maiores rendimentos. Mas é preciso ficar atento e pesquisar, pois ainda é possível encontrar fundos de renda fixa com taxa de administração de 5% ao ano. Para esta categoria de fundos, a taxa justa fica em torno de 1% ano.
2. Redução do valor para aplicação inicial
Há 20 anos, o mercado de produtos financeiros era mais restrito. Grande parte das pessoas não tinha acesso a bons produtos de renda fixa e, assim, a única alternativa que lhes restava era aplicar os recursos na poupança.
O investidor precisava ter um valor bastante alto disponível para aplicar e ter acesso a boas taxas de remuneração. Assim sendo, só os ricos conseguiam fazer bons investimentos. Mas isso também mudou: os valores das aplicações mínimas iniciais foram reduzidos nos últimos anos, possibilitando a entrada de mais investidores.
3. Mais opções de escolha
A oferta de produtos de renda fixa se expandiu nos últimos anos. Novos produtos foram lançados, como, por exemplo, as Letras de Crédito (LCI e LCA). Os investidores também passaram a ter acesso direto aos títulos do Tesouro, com o lançamento da plataforma do Tesouro Direto.
Em termos de fundos de renda fixa, a lista é extensa. Na indústria de fundos, com patrimônio atual total de R$ 2,52 trilhões, 47% está aplicado em fundos de renda fixa. Com esta variedade de opções, o investidor pode diversificar dentro desta classe de ativos, de maneira e reduzir o risco e maximizar o retorno.
4. Segurança
Em se tratando de produtos de renda fixa, há dois tipos de risco. O primeiro é o risco de mercado, ou seja, o da variação de preços dos títulos, no caso de títulos prefixados ou fundos com carteiras compostas com estes títulos.
É possível minimizar o risco de mercado diversificando ou escolhendo títulos com vencimentos mais curtos (prazos inferiores a três anos oscilam menos) ou mantendo os títulos até o vencimento.
O outro tipo de risco é o de crédito, ou seja, o risco de não receber o pagamento dos juros ou o capital principal na data acordada. Este risco está diretamente ligado à capacidade da instituição emissora do título honrar seus compromissos. Em geral, instituições mais sólidas são menos arriscadas.
As Letras de crédito (LCI e LCA) e CDBs, entre outros títulos de crédito, assim como a poupança, são cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até o limite de R$ 250 mil por CPF e banco emissor, o que oferece mais segurança ao investidor.
Os investimentos em títulos do Tesouro não são cobertos de FGC, pois são emitidos pelo Tesouro e a possibilidade do governo ficar inadimplente é praticamente nula. Os fundos de renda fixa que investem nestes títulos também são de baixo risco.
5. Alta taxa de juros
Mesmo quando a taxa básica de juros brasileira (a Selic) chegou a 7,25% ao ano em 2012, ela continuou entre as mais altas do mundo.
Dada a conjuntura, a perspectiva atual é de que a Selic permaneça estável no curto prazo (a taxa corrente é de 11% ao ano). Porém, a expectativa é que suba no médio e longo prazo, pois a inflação pressionada e a elevação dos gastos do governo sugerem taxa de juros mais alta no futuro.
A poupança tem o rendimento limitado a 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial), que é muito baixa e representa um valor quase nulo. Os produtos de renda fixa acompanham os movimentos das taxas de juros; taxas mais altas significam maiores rendimentos.
Conclusão
Sempre encorajo os investidores a ampliarem os seus horizontes e buscarem novos produtos, também seguros, porém mais rentáveis do que a poupança. A única desvantagem que você pode se deparar ao escolher um produto de renda fixa é a baixa liquidez. Enquanto na poupança você pode resgatar a qualquer momento, em alguns produtos de renda fixa é preciso aguardar até a data de vencimento.
Para quem não sabe, o investimento em poupança deve completar o aniversário da aplicação para que você receba a remuneração. Exemplo: se você investiu no dia 3 de um determinado mês, a rentabilidade só virá no dia 3 do mês seguinte.
Alternativas da renda fixa na Órama
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Sem Imposto de Renda e taxas, o rendimento das Letras de Crédito pactuado no momento da operação é depositado integralmente na sua conta na data de vencimento (confira aqui as letras de crédito disponíveis para aplicação). Obrigada e até a próxima.
Nota: Esta coluna é mantida pela Órama, que contribui para que os leitores do Dinheirama possam ter acesso a conteúdo gratuito de qualidade.
Foto “Investment graph”, Shutterstock.