Duas reféns norte-americanas libertadas nesta sexta-feira pelo braço armado do Hamas foram identificadas como Judith Tai Raanan, que mora na área de Chicago, e sua filha adolescente Natalie Shoshana Raanan, que, segundo Israel, estavam se reunindo com a família em uma base militar israelense.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que mãe e filha foram sequestradas por militantes islâmicos do Hamas no Kibbutz Nahal Oz, onde estavam hospedadas durante o ataque surpresa ao sul de Israel a partir de Gaza, em 7 de outubro.
Judith Raanan, de 59 anos, e sua filha Natalie, de 17 anos, estavam visitando o kibutz, a cerca de 1,6 km da fronteira com Gaza, como parte de uma viagem a Israel que começou em setembro, para comemorar os feriados judaicos e o 85º aniversário da mãe de Judith, noticiou a mídia dos EUA, citando parentes como fontes.
As duas foram entregues às forças israelenses na fronteira com a Faixa de Gaza e estavam “a caminho de um ponto de encontro em uma base militar no centro do país, onde seus familiares as aguardam”, disse Netanyahu em comunicado.
Mais tarde, mãe e filha foram fotografadas e a imagem foi divulgada pela mídia israelense. Ela mostrava as duas caminhando com um grupo uniformizado das Forças de Defesa de Israel (IDF), que as escoltava desde a fronteira, momentos depois de serem libertadas. As duas pareciam saudáveis.
O presidente dos EUA, Joe Biden, agradeceu ao Catar e a Israel por sua parceria para garantir a libertação das duas mulheres.
Elas estavam entre os cerca de 200 reféns que o Hamas disse ter tomado durante o ataque que suas forças realizaram, a partir da Faixa de Gaza, em comunidades e bases militares no sul de Israel.
O Hamas disse que mais 50 reféns estão em poder de outros grupos armados no enclave palestino costeiro. O grupo disse que mais de 20 reféns foram mortos por ataques aéreos israelenses, mas não forneceu detalhes.
Não ficou imediatamente claro por que as Raanans foram escolhidas como as primeiras reféns da incursão de 7 de outubro a serem libertadas. Um porta-voz do braço armado do Hamas, as Brigadas Izz el-Deen al-Qassam, disse que elas foram libertadas “por razões humanitárias” em resposta à mediação do Catar.
Relatos da mídia nos Estados Unidos disseram que as duas eram de Evanston, um subúrbio de Chicago, em Illinois. O ex-correspondente da NBC News no Oriente Médio Martin Fletcher disse à MSNBC que elas são suas parentes.
A emissora pública Kan, de Israel, informou que as duas tinham dupla nacionalidade, israelense e norte-americana.
O Hamas descreveu anteriormente os prisioneiros com nacionalidades “estrangeiras” como convidados que seriam libertados quando as circunstâncias permitissem, sem dizer se isso incluía israelenses com dupla nacionalidade.
Uma fonte informada sobre as negociações de reféns chamou a libertação das duas norte-americanas de “um primeiro passo”, acrescentando que “as discussões estão em andamento para mais libertações”.