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Israel mostra imagens de tanques em Gaza em segunda fase da guerra contra Hamas

Neste domingo, milhares de pessoas fizeram manifestações em Beirute para mostrar solidariedade a Gaza.

by Reuters
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O exército de Israel divulgou imagens mostrando seus tanques em Gaza neste domingo e disseram que seus caças atingiram centenas de outros alvos do Hamas no que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu chamou de segunda fase de uma guerra de três semanas.

As comunicações por telefone e internet foram parcialmente restabelecidas em Gaza depois de um apagão de mais de um dia que teve um forte impacto nas operações de resgate, enquanto Israel atacava alvos do grupo militante Hamas que controla o território.

“Israel nos isolou do mundo para nos exterminar, mas estamos ouvindo sons de explosões e estamos orgulhosos de que os combatentes da resistência os deteram a metros de distância”, disse Shaban Ahmed, um funcionário público que ficou em Gaza, apesar de um aviso israelense para ir para o sul.

Ahmed disse que só descobriu no domingo que seu primo havia sido morto em um ataque aéreo na sexta-feira por causa do apagão.

Os caças das Forças de Defesa de Israel (IDF) atingiram mais de 450 alvos militares pertencentes ao Hamas na Faixa de Gaza, incluindo centros de comando operacional, postos de observação e postos de lançamento de mísseis antitanque, disseram os militares.

“Estamos ampliando aos poucos a atividade terrestre e o alcance das nossas forças na Faixa de Gaza”, disse o porta-voz militar Daniel Hagari em um comunicado. “Faremos tudo o que pudermos, do ar, do mar e da terra, para garantir a segurança das nossas forças e alcançar nossos objetivos da guerra.”

Israel reforçou o seu bloqueio e bombardeou Gaza durante três semanas desde que militantes do Hamas mataram pelo menos 1.400 pessoas e fizeram mais de 200 reféns no ataque de 7 de outubro.

Autoridades médicas da Faixa de Gaza, que tem uma população de 2,3 milhões de pessoas, disseram neste domingo que 8.005 palestinos incluindo 3.324 menores de idade foram mortos na campanha de Israel para destruir os militantes do Hamas apoiados pelo Irã.

(Imagem: Reprodução/REUTERS/Violeta Santos Moura)
(Imagem: Reprodução/REUTERS/Violeta Santos Moura)

Os países ocidentais têm apoiado o que dizem ser o direito de Israel à autodefesa. Porém, tem havido um clamor internacional crescente sobre o número de vítimas dos bombardeamentos e apelos a uma “pausa humanitária” para permitir que a ajuda chegue aos civis de Gaza.

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse à CNN que Israel deve usar todos os meios possíveis para diferenciar os civis palestinos dos militantes do Hamas em Gaza, e também instou Netanyahu a “controlar” a violência extremista dos colonos judeus contra pessoas inocentes na Cisjordânia.

Neste domingo, o papa Francisco pediu por um cessar-fogo e reforçou seu apelo à libertação dos reféns. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o presidente francês, Emmanuel Macron, expressaram sua preocupação com o envio de ajuda à Gaza em um telefonema neste domingo, disse o gabinete de Sunak.

Escassez

Com a escassez no abastecimento de alimentos, água e medicamentos e grande parte de Gaza reduzida a escombros, milhares de residentes invadiram depósitos e centros de distribuição da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) para pegar farinha e “itens básicos de sobrevivência”, disse a organização neste domingo.

Israel permitirá um aumento na ajuda a Gaza nos próximos dias e os civis palestinos devem dirigir-se a uma “zona humanitária” no sul do território, disse o coronel Elad Goren da Cogat, à agência do Ministério da Defesa de Israel que coordena com os palestinos.

Neste domingo, o movimento palestino Crescente Vermelho disse que dez caminhões egípcios transportando alimentos e remédios chegaram a Gaza através da passagem de Rafah, aumentando este número para 94.

(Imagem: Reprodução/ REUTERS/Mohammed Salem)
(Imagem: Reprodução/ REUTERS/Mohammed Salem)

Os palestinos que se deslocaram e permanecem em tendas em Khan Younis, em Gaza, descreveram as condições de vida como terríveis, com pouco acesso a alimentos e água e tendo que esperar horas na fila para ir ao banheiro.

“Desejo que Deus tenha misericórdia de nós e que a guerra acabe”, disse Rami Al-Erqan. “Chegamos a um ponto em que gostaríamos de ter morrido sob os escombros apenas para encontrar algum descanso. Nossa vida é uma tortura.”

A região central Israel foi alvo de fortes disparos de foguetes neste domingo, com sirenes soando em várias grandes cidades. As brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas, disseram em sua conta no Telegram que estavam “bombardeando Tel Aviv em resposta aos massacres sionistas contra civis”.

Em seguida,  disseram que os combatentes entraram em confronto com as forças israelenses a noroeste de Gaza e incendiaram dois tanques de Israel. Não houve nenhuma palavra de Israel sobre as declarações.

Manifestações

O conflito provocou grandes manifestações em todo o mundo em apoio aos palestinos. Neste domingo, milhares de pessoas fizeram manifestações em Beirute para mostrar solidariedade a Gaza.

O Crescente Vermelho Palestino disse ter recebido avisos das autoridades israelenses para esvaziar imediatamente o hospital Al-Quds, na Faixa de Gaza, dizendo que as operações de domingo ocorreram a apenas 50 metros das instalações.

O Crescente Vermelho afirma que cerca de 14 mil pessoas procuraram abrigo no hospital devido aos ataques aéreos israelenses. Israel acusou o Hamas de localizar centros de comando e outras infraestruturas militares em hospitais de Gaza, algo que o grupo nega.

(Imagem: REUTERS/Amir Cohen)
(Imagem: REUTERS/Amir Cohen)

Autoridades palestinas disseram que cerca de 50 mil pessoas se abrigaram no Hospital Gaza Shifa e disseram estar preocupadas com as contínuas ameaças israelenses às instalações.

Israel enviou tropas e tanques para Gaza na noite de sexta-feira, com foco na infraestrutura, incluindo a extensa rede de túneis construída pelo Hamas.

Os militares não deram detalhes sobre o tamanho da mobilização. O porta-voz militar de Israel se recusou a dizer se Israel estava por trás do apagão de telecomunicações, mas disse que faria o que fosse necessário para proteger as suas forças.

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