Home Economia e Política Não faz sentido culpar reforma tributária por mudanças nas alíquotas do ICMS, diz Appy

Não faz sentido culpar reforma tributária por mudanças nas alíquotas do ICMS, diz Appy

"A culpa não é da reforma tributária", reiterou Appy

by Reuters
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O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse nesta quinta-feira que “não faz sentido” o argumento de alguns governadores que alegam estarem aumentando alíquotas do ICMS agora para compensarem quedas de arrecadação com a reforma tributária no futuro.

Em entrevista à GloboNews, Appy defendeu que um governador tem autonomia para elevar alíquotas de impostos caso sinta que seu Estado esteja sendo prejudicado durante o processo de transição da reforma tributária, mas que alterações nesse momento partem de um “raciocínio falho”.

“A culpa não é da reforma tributária”, reiterou Appy.

“Obviamente não faz sentido nenhum que um governador que está hoje no poder tenha um desgaste político de aumentar a alíquota do imposto para que um governador que vai estar no poder daqui 10 anos não precise fazer a mesma coisa se achar que foi prejudicado.”

Na terça-feira, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul decidiram aumentar a alíquota do ICMS, argumentando que o movimento é necessário para que não sejam prejudicados na distribuição de recursos após a entrada em vigor da reforma.

As alíquotas modais, que incidem sobre a maior parte dos produtos comercializados, alcançarão 19,5% nesses Estados se os aumentos forem aprovados pelas respectivas Assembleias Legislativas. Hoje, as cobranças nesses Estados estão entre 17% e 19%.

No dia seguinte, a secretaria Extraordinária da Reforma Tributária publicou nota rebatendo os governadores, argumentando que a necessidade de aumento do ICMS está relacionada à legislação aprovada em 2022, durante a gestão Jair Bolsonaro, para reduzir o ICMS sobre energia elétrica, telecomunicações e combustíveis.

Na entrevista, Appy também negou que a reforma tributária provocará aumento de preços em alguns setores e enfatizou que as alterações no sistema tributário, na verdade, terão efeito deflacionário no longo prazo por eliminarem ineficiências que acabam virando custos para as empresas.

“No agregado o efeito sobre os preços é deflacionário porque você mantém a carga tributária, mas elimina um monte de ineficiências que são custos para as empresas e acabam repassadas para os preços”, afirmou.

O texto da reforma tributária está de volta à Câmara dos Deputados após ser aprovado no Senado no mês passado. O governo tem feito esforços para que o projeto seja promulgado pelo Congresso ainda neste ano.

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