O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, rejeitou nesta sexta-feira as crescentes expectativas do mercado em relação a cortes na taxa básica de juros, dizendo que o banco central dos Estados Unidos ainda está concentrado em verificar se a política monetária está no caminho certo para continuar levando a inflação de volta à sua meta de 2%.
“Não estamos realmente falando sobre cortes de juros no momento” disse Williams em uma entrevista à CNBC. No que diz respeito à questão da redução dos custos de empréstimos, “acho que é prematuro pensar nisso” neste momento, afirmou ele.
Williams foi a primeira autoridade do Fed a se manifestar após a decisão do banco central, na quarta-feira, de manter sua taxa básica de juros na faixa de 5,25% a 5,50%.
O Fed também sinalizou que a taxa atual é muito provavelmente o pico de um ciclo agressivo de aumentos com o objetivo de levar os altos níveis de inflação de volta à meta de 2% do banco central.
Os formuladores de política monetária do Fed também indicaram 0,75 ponto percentual de cortes nos juros em suas previsões para o próximo ano, uma projeção ligada à expectativa de que as pressões inflacionárias continuarão a diminuir. Essa mudança ajudou a provocar uma forte recuperação nos mercados de ações e títulos.
O rali nos mercados após a reunião de política monetária desta semana causou uma ampla flexibilização das condições financeiras, o que poderia complicar a missão do Fed, já que o banco central ainda acredita que tem trabalho a fazer para garantir que a inflação continue seu recuo em direção à meta. Williams destacou que as condições financeiras gerais ainda estão mais apertadas, refletindo como a política monetária mudou.
Ele também reiterou sua opinião de que a política monetária está no pico ou perto dele e disse que, em termos de economia, “o cenário básico parece muito bom: a inflação está caindo, a economia continua forte e o desemprego está baixo”.
Williams advertiu que um aumento na taxa de juros ainda não pode ser descartado. “Uma coisa que aprendemos, mesmo no último ano, é que os dados podem se mover de maneiras surpreendentes”, disse ele, acrescentando que “precisamos estar prontos para aumentar ainda mais se a inflação, o progresso da inflação, estagnar ou reverter”.