Milhares de pessoas devem sair às ruas de Buenos Aires nesta quarta-feira para protestar contra as medidas de choque econômico do governo da Argentina, no primeiro teste real para o novo presidente Javier Milei.
Milei, que assumiu o cargo no início deste mês com a promessa de cortar os gastos públicos, tem anunciado planos abrangentes para reformar a economia e reprimir os protestos nos últimos dias, criando um possível confronto com grupos sociais que têm se comprometido a se opor à sua “terapia de choque”
Os protestos estão sendo convocados por grupos que representam os desempregados, que devem se reunir no centro da cidade ainda nesta quarta-feira para exigir maior apoio financeiro aos pobres.
“É uma mobilização pacífica. Não queremos nenhum tipo de confronto”, disse à rádio local Eduardo Belliboni, que lidera um grupo de protesto de esquerda, Polo Obrero, que foi o primeiro a convocar a manifestação.
A passeata planejada para quarta-feira ocorre depois que a recém-nomeada ministra da Segurança, Patricia Bullrich, apresentou um “protocolo” na semana passada para manter a ordem pública, que permite que as forças federais impeçam os manifestantes de realizar protestos que bloqueiem vias. Algumas organizações sociais disseram que o protocolo vai longe demais e compromete o direito de protestar.
O governo também disse na segunda-feira que as pessoas que bloquearem as ruas poderão perder o direito de receber benefícios do Estado.