Minha tese é que o quadro mais benigno da economia global pode aliviar um pouco os mercados de risco em todo o mundo, e destaco nessa conjuntura a própria Bovespa, a meu julgamento com preços bastante achatados.
Note que não estou querendo dizer que os preços das ações estão baratos, muito embora isso possa ser verdadeiro para um grupo de ações.
Minha constatação é que a Bovespa ficou muito pressionada nos últimos tempos. Encerramos 2013 com queda acumulada de 15,5% e, em apenas 70 dias do ano em curso, já registramos queda ao redor de 12%.
A aversão ao risco no mercado internacional em relação aos emergentes, e com o Brasil tido com um dos mais vulneráveis (expresso em relatório do FED americano), forçaram os preços das ações de maior liquidez por aqui, função da necessidade de ajustar riscos rapidamente.
É bom lembrar que a deterioração de nossos indicadores econômicos de conjuntura ajudou a acelerar vendas no mercado local, ao mesmo tempo em que o aumento dos juros estimulava a conversão para aplicações em renda fixa, notadamente aquelas incentivadas pela ausência de tributação.
Igualmente, os problemas conhecidos de Petrobras e Vale com desaceleração da China (as duas maiores ponderações do índice Bovespa), associado com quedas em siderúrgicas, elétricas e até em bancos; explicam a precipitação do índice.
Ocorre que o quadro do primeiro bimestre não parece se perpetuar pelo restante do ano. Preços achatados provocam compras de ocasião, ainda que no curto prazo.
Por outro lado, a retomada da recuperação econômica em diferentes países traz como principal corolário a não deterioração (ou deterioração branda) de nossas contas públicas e externas.
Assim, os próximos meses encerram a possibilidade de melhora. Como exemplo cito o saldo da balança comercial pressionado nesse início de ano por importações referentes à Copa e ainda sem efeitos de exportação de nossa safra.
Da mesma forma, as empresas parecem terem promovido faxinas em seus balanços, aproveitando a época ruim para lançar perdas não recorrentes.
Com isso “limparam” seus balanços, e parecem mais adaptadas para mostrarem ganhos de produtividade e melhor lucratividade. Isso certamente trará implicações positivas para a precificação dos ativos nos próximos tempos.
Entendam tudo isso como uma tese investigativa possível
Certamente os mercados ainda vão mostrar intensa volatilidade nos próximos meses, mas minhas investigações indicam que provavelmente será oportuno aumentar um pouco a exposição ao risco, para obtenção de resultados decorrentes dessa suposta ineficiência na formação dos preços.
Contudo, há que se ter sangue frio e sempre olhar para retornos de mais longo prazo. Parece claro que as dificuldades persistem e a prudência indica que você deveria entregar boa parcela de recursos para gestões profissionais de casas independentes, que sempre avaliam histórico de resultados e a melhor relação risco-retorno para suas aplicações
Consulte isso de forma fácil em nosso site orama.com.br. Obrigado e até a próxima.
Foto Shutterstock: Globe and business graph