Home Economia e Política Sinais apontam que mudança de abordagem do Fed está em andamento antes mesmo do 1º corte de juros

Sinais apontam que mudança de abordagem do Fed está em andamento antes mesmo do 1º corte de juros

O núcleo da inflação, em uma base anualizada semestral e trimestral, está agora abaixo da meta de 2% do banco central norte-americano

by Reuters
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Os formuladores de política monetária do Federal Reserve têm sinalizado que ainda não reduzirão a taxa básica de juros dos Estados Unidos e a maioria dos economistas acredita que eles esperarão até junho, dada a força contínua dos gastos das famílias e a incerteza sobre as perspectivas econômicas.

Porém, as autoridades, que mantiveram a taxa de juros de referência “overnight” do Fed na faixa de 5,25% a 5,50% desde julho do ano passado, já começaram a mudar para uma política monetária mais branda.

As pressões sobre os preços estão claramente arrefecendo. O índice PCE, a medida preferida pelo Fed para inflação, aumentou 2,6% em dezembro em relação ao ano anterior, informou o Departamento de Comércio dos EUA nesta sexta-feira.

O núcleo da inflação, em uma base anualizada semestral e trimestral, está agora abaixo da meta de 2% do banco central norte-americano.

Após a divulgação dos dados, os investidores favoreceram ligeiramente a reunião de política monetária do Fed de 30 de abril a 1º de maio em relação à reunião de 19 e 20 de março como o provável pontapé inicial para uma série de cortes nos juros este ano.

Inicialmente, as autoridades do Fed tinham certeza de que sua luta contra a inflação aumentaria a taxa de desemprego e causaria “dor” às famílias, como Powell alertou em agosto de 2022.

Powell, contudo, reconheceu em setembro que o caminho para um “pouso suave”, no qual a inflação desacelera sem desencadear uma recessão dolorosa ou uma grande perda de empregos, pode ter se ampliado.

O diretor do Fed, Christopher Waller, disse recentemente que a combinação de baixo desemprego e inflação “é quase tão boa quanto possível”.

(Imagem: REUTERS/Chris Wattie)
(Imagem: REUTERS/Chris Wattie)

Economistas do Citi, do Bank of America e de várias outras empresas disseram que o Fed, na próxima semana, poderia dar a si mesmo um pouco mais de flexibilidade, deixando de lado a referência a “fortalecimento adicional da política monetária” que tem sido incluída em todas as declarações pós-reunião desde março de 2023.

A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, que tem uma visão mais agressiva contra a inflação, disse que a reunião de março é “provavelmente” muito cedo para um corte nos custos de empréstimos, embora ela, assim como a maioria de seus pares, veja vários cortes nos juros este ano.

No entanto, as autoridades não se aprofundaram em quando e com que rapidez os cortes ocorreriam, segundo a ata da reunião. Analistas esperam um debate mais aprofundado na próxima semana.

Nos últimos meses, os membros do Fed têm usado uma série de modificadores para descrever possíveis abordagens: Waller disse que elas deveriam ser “cuidadosamente calibradas e não apressadas”, por exemplo.

Uma coisa parece clara: os cortes nos juros provavelmente seguirão um ritmo muito diferente dos ajustes agressivos anteriores, que incluiu uma série de aumentos de 0,75 ponto percentual em 2022.

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