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5 Lições sobre Dinheiro e Empreendedorismo em O Lobo de Wall Street

by Conrado Navarro
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O Lobo de Wall Street, dirigido por Martin Scorsese, conta a história real de Jordan Belfort (interpretado por Leonardo DiCaprio), um corretor de ações que, aos 26 anos, já ganhava 49 milhões de dólares por ano através de fraude, corrupção e lavagem de dinheiro.

Depois de trabalhar durante seis meses em uma corretora de Wall Street e aprender com seu mentor Mark Hanna (interpretado no longa por Matthew McCounaghey), Belfort perde o emprego quando acontece o Black Monday, em 19 de outubro de 1987, data em que o mercado desabou.

É aí que ele dá a volta por cima ao conhecer uma pequena corretora fora do movimentado ambiente de Wall Street que lida com ações de segunda linha (penny stocks). No pequeno escritório, seus colegas de trabalho olham perplexos e admirados para Belfort que, só com o dom da fala, consegue empurrar ações duvidosas a clientes como se estas fossem ouro.

Surge então a ideia de criar uma corretora que funcione exatamente dessa forma: convencer clientes a comprar ações de baixo valor e pouca liquidez que, em compensação, trazem maior retorno para a sociedade.

Belfort começa a formar sua equipe ao lado de Donnie Azoff (interpretado por Jonah Hill) e outros amigos de passado não muito lícito, criando a corretora Stratton Oakmont. O filme, polêmico e deliciosamente longo, tem seus pontos negativos e positivos.

Poderia ser um filme de superação e persistência, não fosse pelo fato de Jordan Belfort utilizar-se dos pontos positivos para fazer valer os negativos. Confira abaixo as lições, positivas e negativas que podem ser tiradas do filme O Lobo de Wall Street:

3 lições positivas sobre dinheiro e empreendedorismo

1. Seja persuasivo e aprenda a vender

Belfort sabe falar, é persuasivo e cativante. Ainda que não entendesse muito do mercado (não a ponto de ser considerado um exímio operador), o seu poder da oratória o ajudava a utilizar uma técnica de vendas muito agressiva e efetiva.

Com a mesma capacidade de conversar e vender, ele foi capaz de motivar sua equipe, ainda que toda essa capacidade de persuasão fosse uma estratégia de crescimento da Stratton Oakmont, corretora criada por ele, para beneficiar a própria empresa.

2. Tenha paixão e foco no que faz

Ainda que a paixão de Belfort pelo dinheiro tenha feito ele agir de maneira inescrupulosa, o seu amor pela profissão e pela indústria onde trabalhava era indiscutível. Nem a rotina diária massacrante e os muitos problemas pessoais tiravam sua energia a ponto de ele diminuir o ritmo de trabalho.

O líder também demonstrou muito foco. O seu defeito, neste ponto, era levá-lo ao extremo. Qualquer empresário que use a determinação e motivação de Belfort para o bem certamente será beneficiado.

3. Contrate pessoas com potencial e forme um time

Belfort buscava, primeiramente, contratar pessoas nas quais, de alguma forma, acreditava. Quando ele está em um restaurante e chega o jovem Donnie Azoff e lhe pergunta como conseguiu comprar o carro, o corretor vê logo de cara a gana de Donnie por dinheiro e sucesso. Era esse o seu diferencial.

Para o Lobo, não estavam em primeiro plano as experiências e habilitações do profissional, mas a vontade de mudar a própria realidade e o potencial que ele enxergava nas pessoas. Está claro que ele também errava nessas contratações, mas acreditava muito na sua capacidade de formar um time forte e, principalmente, unido.

Conforme ia contratando aqueles que via ter potencial, Belfort ensinava tudo ao seu time: mercado, técnicas de persuasão e até uma espécie de script para auxiliá-los nos contatos com os potenciais clientes. Sempre que os resultados no trabalho dos funcionários apareciam, o corretor os reconhecia, o que motivava ainda mais a sua equipe.

Agora 2 lições negativas sobre dinheiro e empreendedorismo

4. Acredite no ditado “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”

O filme ensina que é necessário desconfiar daquilo que parece bom demais para ser verdade. Os corretores da Stratton Oakmont, ao iludirem de forma descarada seus clientes, vendiam ações de baixo valor e liquidez a preços mais altos e prometendo retornos elevados – e lucravam com o golpe.

Uma lição fundamental relacionada a negócios pode ser tirada do filme: se algo é tão poderoso e infalível, por que os proprietários dessa inovação a venderiam para todas as pessoas? E por que tão pouca gente se interessava? É aí que o cliente deve suspeitar e desconfiar daquilo que está sendo oferecido, afinal (e infelizmente), nem todas as empresas e pessoas têm boas intenções.

5. Sonhe grande, mas sem mentir e passar por cima de outras pessoas

O Jordan Belfort daquela época não tinha escrúpulos. De forma mascarada e calculada, sua empresa mentia para as pessoas. De acordo com o crítico e filósofo Michael Potemra, o filme faz uma crítica às vítimas da Stratton Oakmont ao mostrar um bando de vigaristas e materialistas loucos por dinheiro.

É claro que é importante ser ambicioso e ter sonhos que nos motivem a lutar, no entanto, mais que isso, é necessário saber qual é o limite entre a ética do negócio, os valores pessoais, a moral e a ambição descarada. Será que tirar vantagens dos outros combina com seus princípios?

O Lobo de Wall Street mostra claramente o conflito entre a cobiça e a ética. Belfort termina como orador motivacional. Não por escolha própria, mas por precisar pagar os danos causados a todas as pessoas “feridas” pela sua empresa. E como um bom vendedor, ele ainda faz muito sucesso, mas agora ensinando suas técnicas de persuasão, não aplicando-as em golpes e fraudes.

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