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3 Erros típicos de investidores preguiçosos que você deve evitar

by Conrado Navarro
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Gustavo comenta: “Navarro, possuo alguns investimentos no banco onde tenho conta e já percebi que fora dele existem aplicações semelhantes, mas com retorno mais elevado. Acontece que fico com medo de transferir meu dinheiro para outras instituições menos conhecidas. Agir assim é um erro? Pode me ajudar? Obrigado”.

Comemoramos há pouco tempo o aniversário de 20 anos do Plano Real e, com ele, a profunda mudança na economia do dia a dia e, como consequência, no acesso dos pequenos poupadores a modalidades de investimento antes restritas a grandes investidores e gente com muito dinheiro.

Se no passado investir era sinônimo de ter dinheiro na poupança, comprar imóveis e aplicar no “overnight”, hoje há um cardápio muito maior e de melhor de qualidade. Investidores de perfis diferentes hoje possuem opções de investimento adequadas e ajustadas ao seu grau de aversão ao risco.

3 erros típicos de investidores preguiçosos que você deve evitar

Algumas pessoas ainda vivem ancoradas nos modos de cuidar e investir seu dinheiro de décadas atrás, mantendo, por exemplo, muito dinheiro na caderneta de poupança. Investem no conhecido buscando segurança e confiança, mas perdem chances de aumentar seus ganhos.

Erros assim são comuns e geralmente cometidos por investidores preguiçosos, como “carinhosamente” chamo aqueles que preferem investir sem atualizar seus conhecimentos e buscar novas alternativas melhores e mais rentáveis. A boa notícia é que esses erros podem ser evitados.

Separei três erros comuns de investidores preguiçosos que devemos evitar. Vejamos:

Erro 1: Investir somente no banco onde possui conta corrente

Vivemos, para o bem e para o mal, em um país em que a cultura do relacionamento bancário é muito forte. A figura do gerente bancário tem um peso muito grande nas decisões de investimento e consumo de uma enorme parcela de brasileiros, o que faz com que muitos investidores optem por produtos financeiros da própria instituição.

Não estou dizendo que os grandes bancos de varejo não oferecem investimentos interessantes e vantajosos. Ocorre que nem sempre os clientes são direcionados para estas melhores opções ou mesmo não possuem o perfil adequado para isso (valor necessário para o aporte mínimo, histórico etc.).

O fato é que bancos médios, butiques de investimento e corretoras oferecem opções de investimento semelhantes (com mesmo risco e garantias), porém com rentabilidades melhores e aportes iniciais menores. Isso sem contar na oferta de investimentos que o varejo tradicional prefere “esconder” de seu cliente, caso do Tesouro Direto.

Recorro ao exemplo de um investimento que gosto bastante: a Letra de Crédito Imobiliário (LCI). Isenta de Imposto de Renda, esta aplicação oferece segurança e rentabilidade atrelada ao CDI.

Nos grandes bancos, o retorno gira em torno de 85% do CDI, enquanto através de casas especializadas e bancos médios o percentual chega a 95% do CDI. A garantia do Fundo Garantidor de Crédito de até R$ 250 mil por CPF existe para todos e a liquidez costuma ser a mesma.

Você pode pesquisar a diferença no retorno de outros investimentos, como CDB, e também prestar atenção nos custos dos fundos de investimentos. Nos grandes bancos as taxas costumam ser mais elevadas, o que impacta bastante a rentabilidade.

Pense que mudar parte de seus investimentos para outra instituição pode garantir melhores rentabilidades e maior patrimônio ao longo do tempo. Tudo o que você precisa fazer é deixar a preguiça de lado, preencher o cadastro, transferir o dinheiro e começar a investir.

Sugiro a leitura de dois textos que envolvem bancos e nosso relacionamento com eles (clique no título de sua escolha):

Erro 2: Investir apenas em produtos conservadores

Se investir apenas em opções tradicionais (poupança e imóveis), como eu disse no começo do texto, é um erro perigoso, investir sempre de forma conservadora também é. Eu acredito que investidores que possuem objetivos e horizontes de investimento de pelo menos 10 anos devem destinar uma pequena parte de seu capital para investimentos mais arrojados.

Muitos argumentarão, com razão, que diante de uma economia com juros tão elevados e que paga tanto na renda fixa, arriscar seria um disparate. Concordo, mas o que vejo na prática são pessoas mantendo dinheiro de médio e longo prazo na caderneta e em fundos de renda fixa com elevadas taxas de administração. Isso não é ser conservador com rentabilidade, é ser burro.

É hora de aprender sobre títulos públicos indexados à inflação, LCI, investimento em fundos multimercado, Fundo de Investimento Imobiliário (FII) e Fundos de Índice (ETF). Existe hoje no Brasil um número interessante de opções de investimento focadas no pequeno investidor capazes de oferecer retornos melhores que as velhas escolhas do passado.

Deixo alguns links para textos nossos em que falamos desses investimentos para o leitor que quiser se aprofundar (clique no título de sua preferência):

Erro 3: Investir seguindo dicas ou mirando promessas

A Internet elevou a pressa e a ansiedade a níveis antes desconhecidos. Qualquer um que faz uma consulta médica ou que deseja saber como se livrar de um determinado problema logo corre para a Internet e pesquisa, lê e encontra, em um intervalo de poucos minutos, diversas opiniões e matérias.

Leve essa realidade para os investimentos e temos um problema sério: quando muita gente busca dicas e oportunidades mirabolantes de investimento, adivinha o que acontece? Aparecem diversos “gurus”, picaretas e produtos prometendo justamente informações quentes, dicas fortíssimas e chances fantásticas de ganhar muito dinheiro, e rápido. Nem preciso dizer que a esmagadora maioria desse material não presta, certo?

Investir é um processo que precisa ser baseado em objetivos realistas, gerando assim uma estratégia de investimentos que faça sentido para o perfil do investir, seu grau de aversão ao risco e horizonte de aplicação (curto, médio e longo prazo).

Portanto, evite participar de muitos fóruns sobre investimentos, cuidado com as empresas que oferecem investimentos com retornos impressionantes (lembre-se sempre que Warren Buffett não investiria neste tipo de coisa), não acredite tão cegamente nas propostas milionárias de eBooks e pseudo-especialistas do mundo digital e suas armadilhas e trabalhe muito bem as suas expectativas.

Tenha em mente que se você não sabe o que quer, toda e qualquer boa informação e sugestão de investimento poderá ser confundida com ofertas picaretas. É preciso investir para realizar objetivos e não para mirar em promessas. Para evitar essa tentação, estude e informe-se com gente de confiança e sempre forme sua própria opinião antes de dar um novo passo.

Sugiro uma leitura sobre promessas e dinheiro fácil (clique para ler): Dinheiro fácil? Desconfie das promessas de enriquecimento rápido.

Conclusão

Muitos investidores estão habituados a agir segundo sua própria cartilha, sem se dar conta de que ela está ultrapassada e oferecendo rentabilidades aquém das encontradas em produtos antes inexistentes ou inacessíveis.

Ao chamar de investidores preguiçosos aqueles que cometem os erros demonstrados neste texto, eu quis apenas ressaltar uma característica do ser humano em geral: nós nos acomodamos com facilidade. É como se a zona de conforto fosse aconchegante demais para exigir de nós uma postura de mais interesse. É bem por ai.

Encerro o artigo com uma sugestão: faça uma avaliação criteriosa de sua atual carteira de investimentos, sua exposição ao risco, estratégia e, principalmente, rentabilidade. Ao encontrar e compreender novas opções de investimento igualmente interessantes, seguras e com retorno maior, deixe a preguiça de lado e mude!

Espero que o texto tenha trazido uma reflexão inteligente sobre as possibilidades de investir melhor seu dinheiro. Obrigado e até a próxima.

Foto “Lazy worker”, Shutterstock.

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