O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro apresentou uma variação de 0,42%, superando as expectativas do mercado, conforme apontado pelo economista Étore Sanchez da Ativa Investimentos.
Em sua análise, Sanchez destaca que essa surpresa foi notada em diversos subitens, como “hospedagem”, “cuidados pessoais”, “conserto de automóveis” e “vestuário”, onde os desvios foram cerca de 2bps acima do esperado.
“Nessa história de pontos para cima ponto para baixo, uma boa síntese é afirmar que o IPCA desse mês mostrou-se qualitativamente bem pior do que o headline pode sugerir”, destaca Sanchez.
Ele ressalta que, apesar das projeções indicarem uma média dos núcleos variando +0,29%, a alta observada foi de +0,41%, e nos serviços, projetava-se uma deflação de 0,08%, mas observou-se um aumento de 0,02%, sendo que os serviços subjacentes avançaram +0,76% ante a perspectiva de +0,65%.
No entanto, mesmo diante desses números, Sanchez afirma que as expectativas em relação a uma eventual aceleração do corte de juros pelo Copom não se concretizaram. Ele pondera: “Resta saber se o resultado foi ruim o suficiente para gerar maiores receios à continuidade do ritmo de -50bps para a condução da Selic.” No entanto, o economista avalia que, apesar de desfavorável, o dado do IPCA de janeiro não altera significativamente o plano de voo do Copom.