Juca comenta: “Oi Navarro. Você anda mandando muito bem com o Dinheirama. Confesso que estou me sentindo um completo ignorante no assunto dinheiro, mas parece que há uma luz no fim do túnel: você! Amigo, eu jurava que entendia o básico dos cálculos do dia-a-dia e também dos termos e possibilidades de investimento, mas estava errado! Quero agradecer e propor que fale um pouco sobre pessoas como eu e sobre como podemos descobrir nossas “ratas” enquanto leigos, para que possamos correr atrás do prejuízo. Onde será que erramos mais? Desde já agradeço. Parabéns pelo excelente, e gratuito, esforço”!
Juca, obrigado pela visita e pelas palavras de incentivo. Espero que possa sempre visitar o Dinheirama e deixar seus questionamentos e comentários. Sua observação é muito importante e corajosa. Eu diria que o primeiro passo para melhorar nosso coeficiente de inteligência financeira é a coragem de admitir que erramos e que precisamos de ajuda. Coragem você já tem! O segundo passo consiste em detectar os pontos críticos de nossas decisões diárias e aprimorar nosso conhecimento nestas matérias, evitando que negociações e escolhas favoreçam a perda de dinheiro, seja no curto ou longo prazo. Consciência, você já tem! Que tal se eu mostrar alguns dos temas que podem estar tirando seu sono?
Erro 1. Confiar demais nos produtos oferecidos pelos seus bancos, gerentes de conta ou mesmo colegas, deixando de preocupar-se com dados importantes sobre estas aplicações, tais como: taxa de administração, histórico de rentabilidade, composição do investimento, taxa de performance, imposto de renda etc. Na prática, isso significa investir dinheiro em fundos de baixa rentabilidade e com altas taxas de administração (maior que 1% ou 2%). E pior, não notar que este produto pode estar rendendo, em termos líquidos, menos que a caderneta de poupança.
Erro 2. Confundir jogo com investimento, ou seja, preocupar-se mais com o sorteio do que com a rentabilidade de um fundo, quando este promete carros, dinheiro ou prêmios de variados tipos. A probabilidade de você ser o sorteado é muito pequena, mas a probabilidade de você estar fazendo um péssimo negócio é enorme. Fundos com sorteio não rendem muito, possuem taxa de administração pouco atrativa e, a menos que você ganhe o(s) prêmio(s), não trazem benefício final nenhum. Volto a afirmar: títulos de capitalização e fundos com sorteio são produtos para quem gosta de jogar, apostar. Leia mais aqui.
Erro 3. Comprar tudo parcelado, porque os produtos sempre oferecem parcelas sem juros. Aquela rede de eletrodomésticos, que está lhe vendendo este produto, só é tão grande porque existem milhões de outros brasileiros como você, que acreditam nas parcelas “sem juros” daquela TV de Plasma por eles oferecidas. Aprenda a negociar e aceite que, se um produto tem seu preço à vista anunciado igual à soma de suas parcelas, os juros já estão embutidos em qualquer das duas opções. Isso não significa que parcelar seja bom negócio. Invista seu dinheiro, capitalize e negocie um valor à vista com desconto.
Erro 4. Associar a palavra poupar à caderneta de poupança. Cuidado com o pensamento conservador demais. Procure exercitar sua capacidade de investigar, buscando novas possibilidades de investimento mais arriscadas. Passe a trabalhar a idéia de criar um portfólio de investimentos, composto por produtos de baixo, médio e alto risco. Troque a mentalidade pobre pela rica, usando uma pergunta simples: “O que um rico faria com este dinheiro”? Caderneta de poupança pode ser um ótimo negócio, mas só se decida por ela depois de fazer algumas continhas. Saiba onde está investindo, mas saiba a razão por ter escolhido tal destino para sua grana.
Erro 5. Não saber ou não se interessar pelas siglas e jargões do mercado financeiro. TAC, CPMF, IOF são algumas das mais comuns. Você sabe o que cada uma significa e seu possível impacto em seu orçamento ou investimento? Pois então comece a pesquisar.
Erro 6. Ter preguiça de ler um contrato até o final, levá-lo a um advogado e conhecer suas particularidades. O brasileiro é mestre na arte de assinar algo sem ler e isso é um dos erros mais graves que vejo por ai. Peça alguns dias para refletir, leia o contrato, marque o que você não entendeu. Agora, se a empresa não permitir que você leve o contrato para casa, simplesmente agradeça, pegue suas coisas e vá embora. Esta instituição não merece mais nenhum minuto de sua atenção.
Erro 7. Emprestar seu nome para que outras pessoas possam comprar a prazo. Este é um erro muito comum e que costuma afetar muito as finanças de uma pessoa ou família. Seu nome é algo muito importante e você deve ser o primeiro a zelar por ele. Emprestar o nome é muito pior que emprestar dinheiro. Se você já pensa duas vezes antes de emprestar dinheiro, simplesmente desconsidere a opção de emprestar seu nome.
Erro 8. Deixar sempre tudo pra depois. Se você chegou até aqui, obrigado. Aliás, se chegou até aqui, parabéns! Mas agora precisa deixar de lado aquele clássico “amanhã eu vejo isso” e começar a agir. Agora! Pare de procastinar decisões importantes e que afetam diretamente sua vida. Se o material aqui encontrado despertou em você algum interesse pela sua vida financeira, ótimo. Agora começe a organizá-la e a transformá-la. Quanto antes, melhor!
Erro 9. Acreditar que um site, blog, livro ou vídeo podem ser a solução para todos os seus problemas financeiros e que neles encontrará uma fórmula para ficar rico. Blah, isso é parte do apelo usado por muitos autores e projetos para que você passe a ler seu material. Apelo justo, válido, desde que você aprenda algo com tais materiais. Alguns chegaram e continuam chegando até aqui com este objetivo. Sinto muito frustrá-lo, se este for o seu caso. A fórmula mágica não existe. Ficar rico é perfeitamente possível, mas requer disciplina, conhecimento e potencial realizador. Lembre-se de que as palavras ensinam, mas só o exemplo arrasta. Mereça.
Erro 10. Depois de ler tudo isso, ainda achar que é difícil colocar sua vida financeira em ordem. Pare de duvidar de sua capacidade de dar a volta por cima e comece a acreditar mais em si mesmo e em sua habilidade de gerar renda, de economizar e investir mais. Errar é humano, mas só quando aprendemos algo com o erro. Se você já teve experiências traumáticas por causa de dinheiro, tire as lições necessárias e faça questão de esquecer que passou por isso. Sim, você pode!
Não importa quanto você ganha, onde mora ou no que trabalha. Você merece viver em paz com seu dinheiro. Identifique quais os erros em que normalmente escorrega e imediatamente transforme-os em oportunidades. Transforme sua sorte em sua maior aliada e prepare-se para ter o que deseja. Como diria Bruce Wayne: “Não é o que você é por dentro, mas o que você faz que te define”. Portanto, passe a agir, mais que falar. Passe a acreditar, mais que duvidar. Passe a ouvir, mais que falar. Passe a ser, mais do que ter.