A Polícia Federal intimou Jair Bolsonaro a depor na próxima quinta-feira sobre as investigações da tentativa de golpe de Estado e a defesa do ex-presidente avalia pedir o adiamento desse depoimento, informou à Reuters o advogado Daniel Tesser, um dos representantes legais do ex-mandatário.
Sem dar detalhes por ora, o defensor disse que a equipe de advogados está avaliando se vai pedir mais prazo para o ex-presidente depor. Segundo uma fonte da PF, que pediu para não ser identificada, o depoimento está previsto para as 14h30 de quinta.
No início do mês, Bolsonaro foi um dos alvos de uma operação da Polícia Federal e na ocasião teve o passaporte apreendido, além de ter sido proibido de se comunicar com outros investigados.
Entre os alvos da operação estavam os ex-ministros da Defesa Walter Braga Netto e Paulo Nogueira Batista, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno. O ex-assessor especial de Bolsonaro Filipe Martins foi um dos presos na ação policial.
Durante as apurações, a PF encontrou um vídeo de uma reunião ministerial de julho de 2022 recheada de discussões de planos, ideias e ordens relacionadas à eleição presidencial daquele ano e à preocupação em garantir que Bolsonaro continuasse no poder. Naquela reunião, o então presidente chegou a dizer que se tudo não desse certo, iria descer a rampa do Palácio do Planalto “preso por atos antidemocráticos”.
Se o depoimento ocorrer na quinta, ele se dará poucos dias antes de um ato que Bolsonaro convocou para a Avenida Paulista em São Paulo. Ele, que está inelegível, já negou ter cometido qualquer irregularidade e tem criticado as várias apurações contra ele.