Para descobrir as respostas para a pergunta proposta no título é preciso mergulhar dentro da criança que ainda existe dentro de você. Proponho que você viaje no tempo e descubra porque você deve economizar no Dia das Crianças.
Vejamos. O Dia das Crianças está ai e todo ano é a mesma ladainha. Os preços dos brinquedos variam em até 100% entre uma loja e outra, as pessoas se aglomeram nas ruas de comércio popular, as crianças querem (e conseguem) brinquedos e eletrônicos cada vez mais caros e por ai vai…
- Alguém explica por que aqueles olhinhos pidões provocam em nós, adultos, tamanho fascínio?
- Por que nos deixamos levar pelo poder de persuasão daqueles seres pequeninos que ainda confundem as palavras e trocam as letras?
- Aonde foi que eles aprenderam a nos dobrar com tamanha facilidade?
Minha teoria: as crianças de hoje já nascem com o “modem atualizado”. É como a nova versão do iPhone, só que muito melhor e que não entorta.
Estou dizendo tudo isso porque me peguei pensando na necessidade que os tios, pais, avós e padrinhos têm de oferecer o sonho de consumo no Dia das Crianças e em datas comuns do calendário também.
Vejo pais se endividando para dar o tablet que o filho tanto quer, vejo tias entrando no crediário e consignado só para que o smartphone se faça presente na vida do pimpolho que não tem nem para quem telefonar ainda (ah, mas e os games e as redes sociais, né?)
Será que esquecemos o real valor dos presentes e passamos a entregar de mão beijada tudo o que vossa alteza, a criança, desejar? Ou simplesmente aumentamos nosso poder de compra graças ao crédito e, agora sim, podemos oferecer aquilo que sempre desejamos, mas nunca tivemos a possibilidade de comprar?
Concordo com ambas as teorias (ou realidades), mas à medida em que nos deixamos levar por elas, acho que vale a pena questionar que tipo de ensinamento estamos passando adiante Essa questão vai muito além do quanto você vai gastar para comemorar o dia 12 de outubro ao lado das crianças que tanto ama.
Faça a reflexão: e se todo Dia das Crianças fosse o dia mundial do bom exemplo às próximas gerações?
Você se endividaria? Compraria o possível e o impossível só para ver um sorriso no rostinho persuasivo dos seus filhos? Abriria mão da própria saúde financeira em troca de alguns segundos de alegria?
Pensando assim tudo parece mais claro, não é verdade? Poucas pessoas se aventurariam a defender que endividar-se em prol de uma alegria instantânea é garantia de um bom exemplo. Eu sou categórica: não é!
Não há nada melhor para uma criança do que descobrir o mundo através de um bom exemplo. E sinto muito em lhe dizer: é você quem deve oferecer este presente.
Mas, como fazer isso? Simples: seja honesto. Primeiro com você, depois com a criança. Nada paga o valor da honestidade como bom exemplo. Não deu para comprar aquele baita presentão? Qual o problema? Seja honesto e faça tudo de acordo com as suas possibilidades.
No ano que vem, além do bom exemplo, quem sabe você não poderá dar o presente que tanto gostaria? Isso vai depender, é claro, de seu planejamento financeiro para o próximo ano, das suas prioridades e do quanto a educação financeira passará a estar presente no dia a dia da família.
Respondendo à pergunta do título do post, eu diria o seguinte: você deve economizar por amor. A educação financeira começa com um bom professor e nossos pequenos alunos estão carentes de mestres. Seja um deles e seja feliz. Até a próxima.
Foto “Gift”, Shutterstock.