O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou Joe Biden nesta quinta-feira por tê-lo chamado de “FDP louco”, afirmando, com um sorriso irônico, que a observação mostrava por que o Kremlin sentia que Biden era um futuro presidente dos EUA preferível a Donald Trump.
O presidente dos EUA fez o comentário “FDP louco” como parte de uma frase sobre as ameaças ao mundo incluindo “aquele cara, Putin e outros”, o risco de conflito nuclear e a ameaça existencial à humanidade decorrente das mudanças climáticas.
Questionado pela televisão estatal russa sobre o comentário “grosseiro” de Biden, Putin sorriu sarcasticamente e mordeu o lábio antes de olhar para o chão.
“Estamos prontos para trabalhar com qualquer presidente. Mas acredito que, para nós, Biden é um presidente mais preferível para a Rússia e, a julgar pelo que ele acabou de dizer, estou absolutamente certo”, disse Putin à televisão estatal, com um leve sorriso.
Putin, de 71 anos, disse que seus comentários anteriores afirmando que Biden, de 81 anos, era o candidato preferido da Rússia tinham provocado a “reação adequada” de Biden.
“Não é como se ele pudesse me dizer: ‘Volodya, obrigado, muito bem, você me ajudou muito'”, disse Putin. “Você me perguntou o que é melhor para nós. Eu disse isso então, e ainda acho que posso repetir: Biden.”
O embaixador da Rússia em Washington, Anatoly Antonov, disse que sua embaixada havia enviado ao Departamento de Estado dos EUA “uma forte nota de protesto sobre a natureza ultrajante e inaceitável” dos comentários de Biden.
Antonov, escrevendo no aplicativo de mensagens Telegram, disse que Moscou não estava prevendo uma “reação apropriada. À medida que a eleição de novembro nos EUA se aproxima, tais escapadas se tornarão rotina”.
Para Putin, os comentários mostram a dificuldade de navegar na próxima eleição presidencial dos EUA, que provavelmente levará ao poder Biden, que insultou Putin publicamente, ou Trump, de 77 anos, que prometeu acabar com a guerra na Ucrânia rapidamente.
A guerra na Ucrânia, a morte do líder da oposição russa Alexei Navalny e as afirmações dos EUA de que a Rússia planeja colocar uma arma nuclear no espaço levaram à maior crise nas relações entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.
Os principais diplomatas russos e norte-americanos dizem que não se lembram de um momento em que as relações entre as duas maiores potências nucleares do mundo tenham sido piores, inclusive durante a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962.
Putin apresenta os Estados Unidos e seus aliados como um império em ruínas que quer destruir a Rússia e roubar seus recursos naturais. O Ocidente apresenta Putin como um ditador e um assassino, e a Rússia de Putin como um inimigo.
Mas nunca um presidente dos EUA em exercício usou palavras tão ofensivas em público para descrever um chefe do Kremlin em exercício. O presidente dos EUA Ronald Reagan ofendeu o Kremlin em 1983 ao chamar a União Soviética de “império do mal”, embora insultos pessoais contra líderes fossem raros na Guerra Fria.