Na sexta-feira, a Alemanha juntou-se ao pequeno grupo de países e jurisdições que legalizaram a maconha, quando o Parlamento aprovou uma lei que permite que indivíduos e associações voluntárias cultivem e detenham quantidades limitadas da droga.
A lei aprovada pela coalizão de três partidos do chanceler Olaf Scholz legaliza o cultivo de até três plantas para consumo privado e a posse de até 25 gramas de cannabis.
A produção de maconha em maior escala, mas ainda não comercial, será permitida aos membros dos chamados clubes de cannabis com no máximo 500 membros, todos adultos. Somente os membros do clube podem consumir seu produto.
“Temos dois objetivos: reprimir o mercado negro e melhorar a proteção de crianças e jovens”, disse o ministro da Saúde, Karl Lauterbach, no início de um debate turbulento em que a oposição o acusou de promover o uso de drogas.
“O senhor está afirmando com toda a seriedade que, ao legalizar mais drogas, conteremos o uso de drogas entre os jovens”, disse o parlamentar democrata-cristão Tino Sorge.
“Essa é a coisa mais estúpida que já ouvi.”
Mas Lauterbach disse que isso equivalia a “enfiar a cabeça num buraco”: não apenas o uso da maconha havia aumentado entre os jovens, cujos cérebros em desenvolvimento estavam particularmente ameaçados, mas as drogas nas ruas eram mais fortes e mais impuras hoje em dia, aumentando muito seus danos.
Estima-se que cerca de 4,5 milhões de alemães usem maconha.
A Alemanha se torna o nono país a legalizar o uso recreativo da droga, que também é legal em algumas jurisdições subnacionais nos Estados Unidos e na Austrália.
Muitos outros países permitem seu uso medicinal como analgésico. A maconha continua sendo ilegal para menores de idade, assim como seu consumo perto de escolas e playgrounds.
Alguns parlamentares questionaram se as novas regulamentações teriam muito impacto sobre o tráfico, já que aqueles que não estão dispostos a cultivar sua própria maconha ou a participar de um clube de cannabis ainda podem preferir comprar a droga.