Home Economia e Política Brasil trabalha intensamente para manter América do Sul como zona de paz, diz Lula na Guiana

Brasil trabalha intensamente para manter América do Sul como zona de paz, diz Lula na Guiana

Nos últimos meses, a Guiana tem vivido uma escalada das tensões com a Venezuela desde que o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, convocou um plebiscito

by Reuters
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Ao lado do presidente da Guiana, Irfaan Ali, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, em declaração à imprensa, que o Brasil está trabalhando intensamente para manter a América do Sul como uma “zona de paz”.

Em meio às negociações entre Guiana e Venezuela sobre a disputa pela região guianense de Essequibo, que o Brasil é um dos mediadores, Lula não citou diretamente a situação, mas deixou claro que o governo brasileiro não aceita a ideia de um conflito na região.

“A integração com a Guiana é parte da estratégia do Brasil de ajudar não apenas o desenvolvimento, mas trabalhar intensamente para que a gente mantenha a América do Sul como zona de paz no planeta Terra”, disse Lula. “Esse é o papel que o Brasil pretende jogar na América do Sul e do mundo.”

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Como mostrou a Reuters, a disputa pelo Essequibo é um dos principais temas das duas viagens que Lula faz esta semana, para a Guiana, onde participou da cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom), e para São Vicente e Granadinas, onde acontece a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Em São Vicente Lula terá uma reunião com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, onde o Essequibo será tema central. Existe uma preocupação do governo brasileiro que, em um ano de eleições no país, o venezuelano volte a fazer ameaças de tomar a região, como aconteceu no final no ano passado, depois que um plebiscito mostrou apoio da população à ocupação da região.

O território, ocupado pelo Reino Unido quando a Guiana ainda era uma possessão britânica, é rico em petróleo e outros minerais e representa dois terços do país. A Venezuela questiona a posse do Essequibo desde o século 19. No início do século 20, uma mediação feita em Paris deu o território aos britânicos, mas a Venezuela nunca aceitou. Atualmente, a questão deve ser decidida pela Corte Internacional de Justiça, mas o país também não aceita a jurisdição da CIJ.

Depois da mediação do Brasil e de São Vicente, Venezuela e Guiana abriram uma negociação e Maduro baixou o tom. Mas Lula quer garantir isso não vai mudar por conta das eleições venezuelanas.

Em sua fala, Ali, também sem citar diretamente a questão do Essequibo, afirmou que Lula era essencial para a manutenção da paz na região.

Perguntado sobre esse papel pelos jornalista que cobrem sua visita a Georgetown, Lula disse que era uma “gentileza” de Ali, mas afirmou que o sinal que o Brasil quer dar ao mundo é de diálogo.

“É preciso que a gente tenha um pouco mais de paciência para não gerar mais violência. Quando começa a violência a gente sabe como começa mas não como termina. É mais fácil começar uma reunião antes da violência que tentar fazê-la depois. É esse o sinal que o Brasil quer passar ao mundo”, afirmou.

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