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De Devedor a Investidor: Você também pode mudar!

by Conrado Navarro
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Eu sempre gosto de agradecer a você, leitor, pela companhia e, principalmente, pelo compromisso assumido com a própria transformação. Ler e buscar conhecimento sobre finanças pessoais e investimentos significa que você assumiu a responsabilidade da própria vida e isso me enche de orgulho e felicidade.

É sempre gratificante receber histórias, depoimentos e exemplos de vida que mostram que a mudança de devedor a investidor não só é possível, como se trata de uma decisão pessoal relativamente simples.

Recebi do Leandro Lima, professor de dança, amigo e grande incentivador da educação financeira, um depoimento muito bacana, que compartilho com você abaixo:

Despertei para a educação financeira no ano de 2010, quando decidi conferir a conta do banco e percebi que havia apenas 10 reais e este era todo o dinheiro que eu tinha. Minha carteira? Vazia, com apenas alguns centavos.

A sorte é que todas as contas estavam pagas, mas faltavam alguns dias para o fim do mês e eu tinha que aguardar a próxima vez em que a mesada familiar seria depositada (e isso ainda demoraria um pouco).

Dizem que todas lições são aprendidas na dor. Para mim, ficar sem dinheiro foi o suficiente para aprender. Dinheiro é um bem escasso e se não tivermos cuidado, ele acaba mesmo. Isso é bem óbvio, mas demorei para perceber que não aceitar essa realidade era tão grave.

Naquela época eu não trabalhava, mas conhecia muita gente que trabalhava, tinha renda e vivia mais “pendurado” que eu, sempre no vermelho, devendo e reclamando da falta de recursos financeiros. Você deve conhecer muita gente assim.

Depois de ficar completamente sem dinheiro, decidi me organizar melhor e comecei a ler sobre educação financeira e investimentos. No meu entender, estudar deve ser o primeiro passo.

No mesmo ano, meu irmão me emprestou o livro “Pai Rico Pai Pobre”, de Robert Kiyosaki. Livro muito bom, recomendo a todos. Comecei a ler sites sobre finanças pessoais e investimentos como o Dinheirama e cada vez mais me interessei pelo assunto.

Depois de um tempo, eu comecei a dar aulas e conquistei minha própria renda. Dessa forma, meu orçamento melhorou, passei a não depender do dinheiro de terceiros e aprendi a viver gastando menos do que ganhava.

Com a responsabilidade de trabalhar e gerar o próprio sustento, passei a ter uma postura diferente em relação às decisões na vida.

Por exemplo, durante um tempo desejei comprar um carro, mas depois de fazer as contas percebi que não tina dinheiro para pagar IPVA, gasolina, manutenção, estacionamento e etc. Enfim, eu até poderia comprar o carro, mas não tinha condições de mantê-lo. Não comprei.

De novo, insisto: este pensamento deveria ser óbvio, mas não é. No dia a dia encontro vários casos de pessoas que contraem dívidas deste tipo e prejudicam sua qualidade de vida e seu orçamento familiar. Aliás, o percentual de famílias brasileiras endividadas ficou em 63,6% em agosto de 2014, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Não é difícil encontrar casos de pessoas que utilizam o cheque especial como extensão de sua conta corrente. E conheço bancos que chegam a disponibilizar até R$ 1.000,00 de limite no cheque especial para pessoas que não possuem renda. Ou seja, a formula do desastre financeiro para muitas pessoas.

Depois de muito estudo e disciplina, consegui me organizar e hoje fecho o mês sempre no positivo. Além disso, venho conseguindo algumas conquistas. Possuo a reserva de emergência em dia (12 meses das despesas guardadas em uma fonte segura) e já comecei a investir na renda fixa.

Na verdade, o caminho da virada na vida financeira não tem segredo, é bem simples. Basta seguir os passos e ter paciência. Ao final, podemos separar as pessoas entre aquelas que sempre estão devendo (pagam juros) e aquelas que sempre estão investindo (recebem juros).

Eu mudei de lado e não pretendo sair do time dos investidores. De que lado você está?

Inspire-se nesta história e mude!

Espero que a história do Leandro seja útil para mostrar que a educação financeira é muito mais prática cotidiana que “coisa de especialista”. Educação financeira é aceitar que a responsabilidade de lidar com o próprio dinheiro deve ser valorizada. Você também pode deixar de ser um devedor e passar a ser um investidor.

Se você também quiser enviar sua história, será um prazer lê-la e publicá-la. Envie um e-mail para [email protected] e assim poderemos conhecê-lo melhor. Educação financeira será sempre nossa missão. Obrigado e até a próxima.

Foto “Stop the domino effect”, Shutterstock.

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