O grupo centrista No Labels (Sem Rótulos) deve anunciar na sexta-feira que terá um candidato presidencial na eleição norte-americana, em novembro, mas ainda não escolherá um nome, disseram duas fontes.
A sexta-feira marcará o início do período mais crítico para o grupo desde que anunciou que deixaria de ser um ajuntamento bipartidário para se tornar uma legenda com a pretensão de aglutinar a insatisfação dos norte-americanos com os prováveis candidatos dos dois maiores grupos políticos do país.
A campanha presidencial afunilou nesta semana, depois de a republicana Nikki Haley e o democrata Dean Phillips terem encerrado suas candidaturas após primárias realizadas em 15 Estados.
O atual presidente, Joe Biden, deve usar o discurso do Estado da União, nesta quinta-feira, para aprofundar suas diferenças com o seu adversário do lado republicano, o ex-presidente Donald Trump.
O No Labels não nomeará suas escolhas para concorrer à presidente e vice na sexta, quando quase 800 delegados se encontrarão virtualmente.
Em vez disso, o grupo deve realizar um processo seletivo formal na próxima semana, com potenciais candidatos que seriam escolhidos nas próximas semanas, disseram as fontes.
O grupo planejava inicialmente realizar uma convenção presencial em março, quando potenciais candidatos poderiam convencer os delegados a escolhê-los.
Mas o plano foi abortado depois de líderes do movimento terem questionado o custo do evento e levantado dúvidas sobre se um candidato gostaria de ser humilhado publicamente em caso de derrota.
Nos últimos meses, a equipe da No Labels tem examinado os possíveis delegados para eliminar qualquer sabotador em potencial que apóie Biden ou Trump e que queira atrapalhar seus esforços.
A investida evidencia a corda bamba que o grupo está tentando percorrer, na esperança de torná-lo um movimento de base e, ao mesmo tempo, permitir que os líderes mantenham algum controle.
As autoridades do No Labels prometeram que o grupo só avançaria se acreditassem que tinham um caminho viável para a vitória e que não desempenhariam o papel de “estraga-prazeres”
Mas a decisão de sexta-feira provavelmente fará pouco para abafar as críticas em grande parte dos democratas de que o partido não tem chance e apenas inclinará a balança a favor de Trump.
“A indicação (do No Labels) é um caminho apenas para uma derrota constrangedora que pode servir como um spoiler que devolve Trump ao poder”, disse Matt Bennett, cofundador da Third Way, um think tank de centro-esquerda.
A principal organização de pesquisa de oposição do Partido Democrata, a American Bridge, contratou em janeiro o proeminente advogado eleitoral Marc Elias para ajudar a impedir essas candidaturas de outsiders, entre outras coisas.